Segundo relatos da imprensa israelita, o primeiro-ministro israelita Naftali Bennett encontrou-se secretamente esta semana com o rei jordano Abdullah, numa reunião realizada no palácio real na capital Amã, o que, segundo os analistas, é um claro sinal de que ambos os países tentam uma aproximação após vários anos de “costas voltadas” e tensões.
O encontro parece ter sido “muito bom”, falando-se que “abre uma nova página” entre os dois países. O encontro terá ocorrido na passada Terça-Feira.
Israel aprovou no início desta semana um acordo para a transferência de água para a Jordânia nos próximos 5 anos.
Aumentará assim significativamente a quantidade de água que Israel enviará para o vizinho jordano, a braços com uma imensa crise. Israel passará assim a fornecer mais 50 milhões de metros cúbicos de água durante este ano. A Jordânia é um dos países com maior carência de água do planeta, e a situação tende a agravar-se com o aquecimento global. Foram também estabelecidos acordos comerciais, incluindo a exportação de produtos jordanos para a Judeia e a Samaria, cujo plafond passará dos atuais 160 milhões, para 700 milhões de dólares anuais. Este encontro e acordos constitui uma mudança nas políticas anteriores de Netanyahu, devido à forte ligação deste com o ex-presidente Trump e o favorecimento de Trump a Israel em prejuízo dos palestinianos. Estava também em alegado risco a soberania jordana sobre vários locais sagrados em Jerusalém.
O rei Abdullah da Jordânia é o primeiro líder árabe a encontrar-se com o presidente Joe Biden em Washington. Bennett, por seu lado, está a esforçar-se para manter boas relações com os democratas norte-americanos. O rei hashemita deverá deslocar-se aos EUA no final deste mês.
Israel assinou um histórico acordo de paz com a Jordânia em 1994, mas, devido à presença de uma enorme comunidade palestiniana na Jordânia e ao apoio do rei ao estabelecimento de 2 estados em Israel, as relações têm estado tensas nestes últimos anos.