O herpes B tem uma taxa de mortalidade de 70% a 80% após ser contraído, e é uma “ameaça zoonótica potencial”, adverte o Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças (CCDC, na sigla em inglês).
Um cirurgião veterinário de 53 anos morreu em Pequim, China, depois que se infectou com o Vírus Macaco B (BV, na sigla em inglês), ou vírus herpes B, o primeiro caso humano no país, escreve na sexta-feira (16) a revista semanal do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças (CCDC, na sigla em inglês).
O homem sem nome pegou o vírus após dissecar dois macacos mortos em um laboratório de Pequim em 4 e 6 de março. Um mês depois, o veterinário começou a sentir náuseas e vômitos antes de sofrer de febre e sintomas neurológicos. Ele morreu em 27 de maio depois de visitar vários hospitais e médicos, relatou a declaração.
Amostras de líquidos coletadas da futura vítima em abril confirmaram que ele sofria do herpes B, mas parece não ter passado a doença para ninguém, depois que seus familiares mais próximos testaram negativo.
De acordo com o CCDC, as infecções zoonóticas do herpes B foram anteriormente documentadas entre pesquisadores de laboratório norte-americanos, veterinários de primatas e pessoal que trabalha com animais.
“No entanto, não havia infecções de BV fatais ou mesmo clinicamente evidentes na China antes de 2021”, escreveram os pesquisadores.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos EUA dizem que há apenas um caso conhecido de transmissão do vírus de humano para humano, e que por isso ainda não há necessidade de soar o alarme.
“As pessoas normalmente são infectadas pelo vírus B se forem mordidas ou arranhadas por um macaco infectado, ou têm contato com os olhos, nariz ou boca do macaco”, afirmam os CDC.
Embora a infecção pelo vírus herpes B seja “extremamente rara” para humanos, a infecção pode levar a “graves danos cerebrais ou morte se você não receber tratamento imediatamente”, advertem.
A revista do CCDC não especifica a natureza exata da morte do veterinário, mas disse que a taxa de fatalidade da infecção está entre 70% e 80%. O herpes B em macacos, portanto, representa “uma ameaça zoonótica potencial” para os trabalhadores ocupacionais, concluem os pesquisadores.
O herpes B, identificado pela primeira vez em 1932, é um alfaferpesvírus enzótico predominante nos macacos, que pode ser transmitido por contato direto e pela troca de secreções corporais, semelhantemente ao vírus do herpes simples em humanos.