Pela primeira vez, na semana passada, a Rússia anunciou que ajudou a Síria a operar contra um ataque aéreo israelense na Síria. De acordo com alguns relatórios, a mudança na política vem na sequência de uma reunião entre Putin e Biden, na qual o presidente dos EUA expressou descontentamento com os ataques israelenses contra alvos iranianos.
DEFESAS AÉREAS DE FABRICAÇÃO RUSSA DERRUBAM ATAQUE AÉREO ISRAELENSE
“Dois caças F-16 da Força Aérea Israelense fizeram um ataque com quatro mísseis guiados em instalações na província de Homs do espaço aéreo do Líbano”, disse o contra-almirante Vadim Kulit, chefe do Centro de Reconciliação do Exército Russo na Síria, Agência de notícias Tass, referindo-se aos ataques aéreos realizados contra alvos em Homs nas noites de segunda e quinta-feira. Os ataques teriam matado combatentes do Hezbollah e do Irã.
“Em um período de 23:39 a 23:51 em 19 de julho, quatro caças F-16 da Força Aérea Israelense entraram no espaço aéreo da Síria através da zona Al-Tanf controlada pelos EUA e dispararam oito mísseis guiados em instalações a sudeste da cidade de Aleppo”, disse Kulit, de acordo com o relatório do TASS.
“Um míssil danificou o prédio de um centro de pesquisa no assentamento de Safira, na governadoria de Aleppo”, disse ele. “Todos os quatro mísseis foram destruídos pelas instalações de defesa aérea em serviço da Síria, com o uso dos sistemas Pantsyr-S e Buk-M2 de fabricação russa.”
A combinação de Pantsyr-S e Buk-52 é menos poderosa do que o S-300 ou S-400 russo, mas representa uma ameaça significativa para os aviões de guerra de Israel.
Ele observou que a força aérea de Israel não entrou no espaço aéreo sírio, mas lançou mísseis de terras vizinhas, à custa de sua eficácia. De acordo com o relatório, a Rússia agora está fornecendo às forças sírias sistemas antimísseis mais avançados. A Rússia mantém uma presença militar significativa na Síria para apoiar o regime do presidente Bashar al-Assad, que luta uma guerra civil há dez anos.
ENTENDIMENTO ENTRE PUTIN E BIDEN
Um relatório de origem anônima do Asharq Al-Awsat, com sede em Londres, citou um oficial russo “bem informado” dizendo que o Kremlin “perdeu a paciência” com os ataques aéreos israelenses na Síria. A fonte creditou a mudança na política a um entendimento entre a Rússia e os EUA alcançado na recente reunião entre os presidentes Biden e Putin.
“Washington não dá as boas-vindas aos contínuos ataques israelenses”, afirmou a fonte russa, dizendo que Moscou agora se sentia livre para responder agressivamente aos ataques aéreos israelenses.
Israel e Rússia mantêm um “mecanismo de deconflicção” que mantém canais de comunicação informando a Rússia sobre as atividades militares israelenses na região. Este mecanismo é geralmente bem-sucedido com a notável exceção de um incidente em 2018, quando um sistema antiaéreo de fabricação russa respondeu a um ataque aéreo israelense, abatendo um avião espião russo.
O anúncio da mudança na política russa também pode ser uma mensagem ao novo primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett.