Sem referir detalhes exatos, o monarca jordaniano disse que “mais ou menos no ano passado” drones do Irã atacaram o país, e que Teerã também teria realizado ataques cibernéticos.
O rei Abdullah II da Jordânia afirmou no domingo (25) que seu país havia sido atacado por drones de origem iraniana.
“Infelizmente, a Jordânia foi atacada por drones que vieram de fora e que têm assinatura iraniana, com os quais temos que lidar”, disse Abdullah II, falando à emissora CNN.
Questionado sobre quando estes ataques ocorreram, o rei disse que eles ocorreram “mais ou menos no ano passado”, sem fornecer nenhuma informação adicional, sobre quem operava os drones ou o que eles visavam, mas exortou os aliados de Amã a discutirem uma série de questões de segurança com o Irã.
“Há preocupações legítimas em nossa parte do mundo sobre muitos dossiês que os americanos esperam poder discutir com os iranianos”, disse Abdullah II.
“Portanto, o programa nuclear afeta Israel, tal como afeta o golfo [Pérsico]. A tecnologia balística melhorou drasticamente, vimos isso infelizmente contra as bases americanas no Iraque. Vimos os sauditas serem um receptor de mísseis fora do Iêmen. [O Irã ataca] Israel a partir da Síria e do Líbano até certo ponto, e o que às vezes não acerta em Israel aterrissa na Jordânia”, acrescentou ele.
O rei também notou um suposto aumento de “ataques cibernéticos iranianos em muitos de nossos países”.
Além da Jordânia, Israel, a Arábia Saudita e seus aliados do golfo Pérsico têm acusado nos últimos seis anos Teerã de fornecer drones avançados para as milícias houthi do Iêmen, alegações que o Irã nega, apontando a gravidade do bloqueio do país por parte da coalizão.
Abdullah II se tornou na última segunda-feira (19) o primeiro líder árabe a visitar a Casa Branca sob a presidência de Joe Biden, com o objetivo de obter apoio militar.
A Jordânia é um Estado-cliente dos EUA, com forte dependência econômica e militar de Washington, recebendo aproximadamente US$ 22 bilhões (R$ 113,9 bilhões), de acordo com o Serviço de Pesquisa do Congresso norte-americano.
O país abriga cerca de 3.000 soldados dos EUA, e tem apoiado uma ampla gama de iniciativas americanas para o Oriente Médio ao longo das décadas. Em 1994 a Jordânia foi o segundo país árabe, depois do Egito, a estabelecer relações diplomáticas com Israel. O país é também um parceiro próximo da Arábia Saudita, sendo ambos os países grandes rivais regionais do Irã.