A Coreia do Norte atacou na terça-feira o Reino Unido por seu plano de enviar permanentemente dois navios de guerra para a região da Ásia-Pacífico, chamando isso de “provocação” e alegando que Londres seria melhor se focar no Brexit.
Uma declaração publicada no site do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte condena a decisão do Reino Unido, bem como comentários do ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, que sugeriu que Pyongyang e Pequim estão tentando isolar o Japão e a Coreia do Sul e ameaçar a liberdade de navegação na região.
“Restaurar seu status de declínio”
“O Reino Unido, que está agravando a situação enviando navios de guerra para a distante região da Ásia-Pacífico, está usando nossa ‘ameaça’ como desculpa”, denunciou um funcionário no comunicado, no qual riscou a ideia como “absurda” e rotula as ações do país europeu como “perigosas”.
Nesse sentido, Pyongyang acusa Londres de tentar “restaurar seu estado de declínio”, ao mesmo tempo em que alerta que seu plano só vai provocar forte oposição de outros países e pode aumentar as tensões na já delicada situação regional.
“Seria melhor para o Reino Unido se concentrar no resultado problemático do Brexit, em vez de arriscar injustificadamente outros para a realização de seus objetivos políticos”, diz a declaração, afirmando que os dias em que a nação europeia poderia “colonizar” já passaram.
“Flexing Muscles Around China”
O Secretário de Defesa da Grã-Bretanha anunciou em julho que o Reino Unido irá “permanentemente” enviar dois navios para a região Indo-Pacífico este ano para “proteger e manter a ordem internacional baseada em regras” junto com o Japão.
Além disso, de acordo com o comunicado norte-coreano, o anúncio coincide com a passagem do porta-aviões britânico Queen Elizabeth e seus navios de escolta pela área. O porta-aviões, acompanhado por um grande grupo de ataque que inclui dois destróieres, duas fragatas, dois navios de apoio e navios dos Estados Unidos e da Holanda, está navegando atualmente para o Japão, onde fará vários exercícios com aliados.
Antes de sua chegada, a China realizou exercícios militares na semana passada em duas regiões do Mar do Sul da China.
Por sua vez, o porta-voz do Itamaraty, Zhao Lijian, afirmou que Pequim “respeita a liberdade de navegação e sobrevoo nas águas que circundam a China”, prática de que “os países gozam de acordo com o direito internacional”. No entanto, enfatizou o porta-voz, Pequim “se opõe fortemente à prática de flexionar os músculos em torno da China, o que mina a soberania e a segurança do país e sabota a paz e a estabilidade regional”.