A Coréia do Norte parece ter reiniciado um reator nuclear que se acredita ter produzido plutônio para armas nucleares, disse o órgão atômico da ONU em um relatório anual.
A Agência Internacional de Energia Atômica não teve acesso à Coréia do Norte desde que Pyongyang expulsou seus inspetores em 2009. O país então avançou com seu programa de armas nucleares e logo retomou os testes nucleares. Seu último teste nuclear foi em 2017.
A AIEA agora monitora a Coreia do Norte de longe, principalmente por meio de imagens de satélite.
“Não houve indicações de operação do reator do início de dezembro de 2018 ao início de julho de 2021”, disse o relatório da AIEA sobre o reator de 5 megawatts em Yongbyon, um complexo nuclear no coração do programa nuclear da Coréia do Norte.
“No entanto, desde o início de julho de 2021, há indícios, inclusive, de descarga de água de resfriamento, compatíveis com o funcionamento do reator”.
A AIEA emite o relatório anualmente antes de uma reunião de seus Estados membros, publicando-o online sem anúncio. O relatório foi datado de sexta-feira.
A AIEA disse em junho que havia indícios em Yongbyon de um possível trabalho de reprocessamento para separar o plutônio do combustível usado do reator, que poderia ser usado em armas nucleares.
O relatório de sexta-feira disse que a duração desse trabalho aparente – cinco meses, de meados de fevereiro ao início de julho – sugeriu que um lote completo de combustível usado foi manuseado, em contraste com o menor tempo necessário para tratamento ou manutenção de resíduos.
“As novas indicações do funcionamento do reator 5MW (e) e do Laboratório de Radioquímica (reprocessamento) são profundamente preocupantes”, disse.
Houve indicações “por um período de tempo” de que o que é suspeito de ser uma planta de enriquecimento de urânio em Yongbyon não estava em operação, disse. Também houve indícios de atividades de mineração e concentração em uma mina e planta de urânio em Pyongsan, acrescentou.