Desde a descoberta dos Manuscritos do mar Morto em cavernas de Qumran, uma das descobertas arqueológicas mais importantes nos tempos modernos, o local tem sido estudado e examinado por especialistas, que têm tido dificuldade em explicar os mistérios que envolvem a região.
Ainda existem muitas questões a serem respondidas sobre Qumran, se era um forte, uma habitação ou um centro de comércio, quem lá viveu e quantas pessoas o habitavam, uma vez que os vestígios encontrados não são conclusivos.
Uma cerimônia antiga descrita na Cairo Genizah, uma coleção de manuscritos judeus antigos descobertos na capital egípcia no século XIX, poderá ajudar a entender os mistérios de Qumran, aponta o dr. Daniel Vainstub, da Universidade de Ben-Gurion e do Museu de Israel.
“E todos [os habitantes] dos campos se reunirão no terceiro mês e amaldiçoarão qualquer um que se mova ou para a direita [ou para a esquerda da] Torá [livro sagrado do Judaísmo]”, escreveu o pesquisador em seu estudo.
Segundo Vainstub, a reunião descrita acontecia no que hoje é o misterioso sítio arqueológico.
“O local de Qumran, com suas instalações, grutas e superfícies, está em concordância com as evidências do encontro anual que aparece nos pergaminhos. Nenhum outro local conhecido é adequado para tal fim”, explicou o dr. Vainstub.
A hipótese apresentada pelo pesquisador apresenta explicações para vários mistérios, tais como a ausência de habitações privadas no meio de vários edifícios públicos. Vainstub afirma que o pequeno grupo de pessoas que habitava em Qumran preparava o local todos os anos para um grandioso evento que reunia milhares de pessoas. Os peregrinos que chegavam de longe para a cerimônia dormiriam fora do local ou em tendas.
O especialista sugere ainda que Qumran foi construído especialmente para imensas reuniões anuais, das quais provavelmente participavam membros do grupo de judeus essênios.