O chefe da Sede Central de Khatam al-Anbiyah do Irã disse em uma entrevista recente que o Irã criou seis exércitos fora de suas fronteiras, em um “corredor” que se estende do Irã até o Mar Mediterrâneo.
Falando em uma cerimônia em comemoração à guerra Irã-Iraque que foi ao ar na televisão iraniana IRINN em 25 de setembro, o major-general Gholam Ali Rashid disse que esses exércitos, entre eles o Hamas e o Hezbollah, dissuadiram os inimigos da República Islâmica, em particular o Estados Unidos e Israel.
Rashid, que anteriormente atuou como vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, disse que, embora na década de 1980 o Irã não tivesse alianças de defesa com outros países, “Mudamos isso agora ao nos conectarmos com outras nações e alguns governos, criando assim forças regionais populares e religiosamente devotas.”
De acordo com Rashid, três meses antes de ser morto no Iraque pelos Estados Unidos, o major-general Qassem Soleimani, comandante da Força Quds do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, havia participado de uma reunião do QG de Khatam al-Alanbiya com os comandantes do forças Armadas.
Naquela reunião, disse Rashid, Soleimani havia dito aos comandantes: “Meus caros [camaradas], com o apoio do comando do IRGC, do comando do exército, do comando geral das forças armadas e do Ministério da Defesa, eu reuni para vocês seis exércitos fora do território do Irã, e eu criei um corredor de 1.500 quilômetros [932 milhas] de comprimento e 1.000 quilômetros [621 milhas] de largura, até a costa do Mar Mediterrâneo”.
Neste corredor, disse Rashid, “existem seis divisões religiosamente devotas e populares. Qualquer inimigo que decida lutar contra a Revolução Islâmica, e contra o regime sagrado da República Islâmica do Irã, terá que passar por esses seis exércitos. Não será capaz de fazer isso.”
Um desses exércitos está no Líbano, disse Rashid, e se chama Hezbollah.
“Outro exército está na Palestina, chamado Hamas e a Jihad Islâmica. Um exército está na Síria. Outro exército está no Iraque, e é chamado de PMU [Unidades de Mobilização Popular], e outro exército está no Iêmen, e é chamado de Ansar Allah [os Houthis]”, acrescentou.
A raiva dos Estados Unidos e do “regime sionista” em relação ao Irã derivou da percepção de que a República Islâmica possui não apenas uma força armada convencional “poderosa”, preparada para defender o país por dentro, mas também essa “força regional” fora do território iraniano.