O Azerbaijão acusou a Armênia de continuar colocando minas em seu território como parte de sua campanha de “limpeza étnica”, apesar do fim da guerra, durante uma audiência perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ) nesta segunda-feira (18).
Os dois países, que travaram uma guerra no ano passado pelo controle da região de Nagorno Karabakh, apresentaram recursos na CIJ, com sede em Haia, acusando-se mutuamente de discriminação racial.
Mais de 6.500 pessoas morreram na guerra de 2020 pelo enclave de Nagorno Karabakh, que já foi a causa de outra guerra na década de 1990.
A Armênia sofreu uma derrota na guerra do ano passado e foi forçada a desistir de várias regiões.
“A campanha armênia de limpeza étnica e incitamento à violência contra os azerbaijanos continua”, disse o vice-ministro das Relações Exteriores do Azerbaijão, Elnur Mammadov, à ICJ.
“Medidas provisórias são urgentemente necessárias para evitar mais danos irreparáveis”, acrescentou.
Mammadov disse que após a “libertação” de partes da região no ano passado, os civis azerbaijanos que tentavam voltar para suas casas descobriram que a Armênia havia “acarpetado” a área com minas terrestres.
A Armênia “continua se recusando até hoje a compartilhar mapas completos e precisos das minas, necessários para o avanço das operações de desminagem, e ainda continua colocando novas minas no território do Azerbaijão”.
Pelo menos 106 azerbaijanos, incluindo 65 civis, foram mortos ou feridos por minas desde o fim da guerra no ano passado, disse o relatório.
Na semana passada, a Armênia acusou o Azerbaijão na CIJ de ser responsável pelo “ciclo de ódio (…) contra os armênios de sangue puro”.
Atualmente, a tensão persiste entre as duas ex-repúblicas soviéticas, apesar da assinatura de um cessar-fogo e da implantação de forças russas para manter a paz.
Fonte: AFP.