O porta-voz da Organização de Energia Atômica do Irã (AEOI), Behrouz Kamalvandi, comentou na quarta-feira (27), na televisão estatal do país, sobre a natureza da publicação de documentos sobre as atividades nucleares do Irã.
Kamalvandi apontou que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) tem exposto detalhes das atividades nucleares do Irã em seus relatórios periódicos publicados no portal on-line da agência, ao qual os Estados-membros têm acesso, reporta a agência de notícias Mehr.
Contudo, de acordo com o porta-voz, citado na matéria, tais publicações apenas deveriam ocorrer quando “um grande desenvolvimento ou desvio” tivesse tido lugar.
“Dada a incidência repetida da publicação de documentos do Irã, parece que esta é uma tendência que está em curso sob influência de certos países com determinados objetivos, parte dos quais está travando uma guerra psicológica [com a República Islâmica]”, reiterou Kamalvandi, citado pela Mehr.
“Não existe nenhuma razão [real] para a publicação dessa informação”, acrescentou o porta-voz persa.
Ele chamou esse acontecimento de tendência “não propícia” para o organismo mundial que, simplesmente, libera detalhes técnicos das atividades de um determinado país na ausência de razões que justifiquem esse compartilhamento.
Segundo Behrouz Kamalvandi, as atividades de enriquecimento de urânio levadas a cabo pelo Irã foram completamente transparentes, pelo que “parece que eles [AIEA] estão publicando tais relatórios para as manchar”, observou o funcionário citado pela mídia.
Por essa razão, o porta-voz advertiu que a República Islâmica poderia ser forçada a tomar certas medidas para contrabalançar esta situação.
Anteriormente, a AIEA já tinha criticado a Teerã por bloquear suas investigações sobre atividades anteriores, colocando em risco um importante trabalho de monitoramento, pela agência e, possivelmente, complicando os esforços para retomar as negociações sobre o acordo nuclear de 2015.
Por sua vez, a nação persa continua reafirmando que a natureza de seu programa nuclear é somente civil, e acusa o Ocidente de ter padrão duplo relativamente à obtenção de armas nucleares por outros Estados, especialmente Israel.