Com uma “força substancial implantada” na fronteira com a China, o Exército da Índia planeja utilizar enxames de drones para realizar o que a vigilância terrestre não permite fazer nesta região montanhosa.
O Exército disse que enxames de drones serão um multiplicador de força, uma vez que fornecem capacidades além da linha de visão, a altitudes superiores a 4.500 metros acima do nível do mar.
“Os enxames de drones podem efetivamente ser usados para detectar as atividades do inimigo em terra e alvejar as forças terrestres inimigas, incluindo tropas, veículos e comunicações de comando e controle”, disse o Exército indiano ao explicar a sua decisão.
Os enxames de drones são grupos de veículos aéreos não tripulados operando junto com as forças terrestres e fornecendo capacidades de manobra aérea durante missões ofensivas e defensivas. Esses enxames são capazes de atingir alvos ou detectar o movimento do inimigo a até 50 quilômetros de distância.
O Exército disse que a capacidade de resistência destes drones não será inferior a duas horas na temperatura abaixo de zero do Himalaia. O documento das forças indianas aponta que a implementação desse equipamento vai proporcionar vantagens de acessibilidade, flexibilidade, redundância, precisão, reduzindo o risco de vítimas humanas durante operações convencionais e não convencionais.
O Exército indiano tem vindo a recorrer a uma variedade de novos sistemas de defesa para combater as ameaças aéreas, entre as quais enxames de drones da China na área da Linha de Controle Real, a fronteira entre os dois países. Após relatos da mídia de que a China estaria usando drones na base aérea de Malan, na região chinesa de Xinjiang, as Forças Armadas da Índia adicionaram esta mesma tecnologia ao seu potencial de combate em dezembro de 2020.
A disputa de fronteira entre os dois países que dura já décadas levou a um confronto violento em junho do ano passado, quando 20 soldados indianos e quatro efetivos do Exército de Libertação Popular foram mortos no setor ocidental da Linha de Controle Real. Os dois exércitos mobilizaram mais de 500 mil tropas adicionais, armas sofisticadas e mísseis para a região de Ladakh enquanto as conversações a nível dos comandantes militares terminaram sem resultados.