A festa do Hanuká que está sendo celebrada nestes dias está tradicionalmente ligada à história do milagre da botija única de azeite que serviu para 8 dias seguidos. A história do Hanuká não vem na Bíblia, mas está narrada no Talmude (Shabbat 21b).
A história iniciou-se cerca do ano 220 a.C., quando Antíoco III, o rei selêucida sírio tomou posse do Reino da Judeia. Quando o seu filho Antíoco IV o sucedeu, tentou unificar o seu reino proibindo os judeus de praticarem o judaísmo e obrigando-os a adorar os deuses gregos. Cerca de um terço dos judeus aceitaram os costumes e idolatria gregos e tornaram-se helenizados.
No ano 168 a.C. Antíoco IV invadiu Jerusalém e erigiu um altar a Zeus no Templo judaico. Pouco a pouco os soberanos gregos começaram a proscrever mais práticas judaicas, começando com o Shabbat e avançando para a prática da circuncisão. A observância das leis judaicas seria punida com a morte. Isso despertou uma revolta entre os hasmoneus, ou macabeus, liderada por Mateus, um sacerdote de Modiin, e os seus 5 filhos: João, Simeão, Jônatas, Judá e Eleazar.
Após dois anos de rebelião, os macabeus dirigiram um exército de cerca de 6.000 e conseguiram expulsar o exército grego, muito maior, composto de cerca de 50.000 soldados. Depois de retomarem Jerusalém os hasmoneus rededicaram o Templo no dia 25 do mês de Kislev, o que requeria o acender do candelabro (o menorá). Os gregos tinham roubado o candelabro original de ouro, pelo que os macabeus fizeram um novo em ferro. Mas os gregos tinham saqueado todo o azeite usado no Templo. Finalmente, uma pequena botija foi encontrada intacta com o selo do “Kohen Gadol” (Sumo Sacerdote), mas só serviria para um dia. Preparar um novo azeite qualificado para uso no Templo requereria mais 8 dias. Foi aí que se deu o milagre: A pequena botija de azeite que só daria para 1 dia acabou por durar 8 dias, o tempo necessário para a preparação do novo azeite. Durante esses 8 dias o povo de Israel puderam assim celebrar a rededicação do Templo. “Hanuká” significa dedicação.
JESUS CELEBROU A FESTA DO HANUKÁ
Certamente que Jesus celebrou esta festa, tal como qualquer bom judeu faria. Sabemos pelo texto do Evangelho de João (10.22-24) que Jesus Se encontrava em pleno Inverno, em Jerusalém, na época da “Festa da Dedicação.” O texto diz que Ele andava caminhando pela área do Templo, no pórtico de Salomão. Foi então que os judeus O rodearam e começaram a interrogá-l’O: “Até quando nos manterás em suspense? Se Tu és o Cristo, di-lo abertamente.” A resposta de Jesus ultrapassou o que eles esperavam: “Eu e o Pai somos Um.” Ele era afinal o Libertador pelo qual eles esperavam, apesar de não O receberem como tal. A verdade é que Jesus estava com eles a celebrar a Festa da Dedicação (Hanuká).
Se esta é a Festa da Dedicação, por que não utilizarmos este tempo para rededicarmos a nossa vida ao “Pai das luzes, no Qual não há sombra de variação”?