Presidente dos EUA Joe Biden não deve “descartar primeiro uso de ação nuclear”, ou seja, um ataque nuclear preventivo contra a Rússia no caso de uma incursão potencial na Ucrânia, disse senador dos EUA Roger Wicker, alto representante do Partido Republicano no Comitê do Senado para as Forças Armadas.
O senador do estado norte-americano de Mississippi fez estes comentários em uma entrevista ao canal Fox News a partir do Capitólio, avaliando a recente videoconferência realizada entre o presidente russo Vladimir Putin e o líder dos EUA Joe Biden.
A conversa girou em torno de questões como as tensões relacionadas com a Ucrânia em meio a alegações de uma suposta “invasão russa” do país vizinho.
Biden expressou “profundas preocupações” de seu país sobre o suposto acumulo de tropas e “deixou claro” a Putin que os EUA e seus aliados responderiam com fortes sanções econômicas e outras medidas em caso de qualquer escalada militar na Ucrânia.
No entanto, o presidente americano descartou enviar soldados dos EUA ao território ucraniano, dizendo que esta opção “não está em cima da mesa”.
Senador Wicker, por sua vez, expressou a esperança de que Joe Biden adotasse uma postura mais dura e mantivesse todas as opções em aberto.
“Eu não descartaria ação militar […] Ação militar pode significar que nós estaríamos com nossos navios no mar Negro e espalharíamos destruição na capacidade militar russa […] Poderia significar tropas americanas no terreno”, comentou senador.
A retórica agressiva de Wicker não parou por aí, e ele acrescentou: “Não descartamos o primeiro uso de ação nuclear […] Não achamos que isso vá acontecer, mas há certas coisas em negociação, se vai ser duro não tire [esta opção] da mesa”, concluiu o político dos EUA.
A embaixada russa em Washington respondeu às declarações “irresponsáveis” feitas pelo senador Roger Wicker em uma mensagem divulgada na página da entidade diplomática no Facebook.
Na nota, a embaixada sugeriu ao político reler cuidadosamente a declaração conjunta dos presidentes da Rússia e dos EUA datada de 16 de junho de 2021. Este documento confirma a adesão dos dois países ao princípio de que não pode haver vencedores em uma guerra nuclear e que essa guerra nunca deve ser desencadeada.