Um cristão ex-muçulmano foi condenado pelo tribunal de apelações da Argélia. Ele foi sentenciado em julho, por um tribunal em Ain Defla, por uma doação não autorizada, sob o regime de uma lei que regulamenta o exercício de religiões não muçulmanas.
A doação se referia ao apoio financeiro que o cristão recebia enquanto estava desempregado. Desde a conversão ao cristianismo, Bahloul começou a ser perseguido pela família do pai, foi excluído dos negócios e acabou ficando sem renda, por isso recebia o apoio financeiro.
A conversão de Bahloul ao cristianismo criou diversos problemas para ele. Após afirmar a fé em Jesus, a esposa se divorciou dele e ficou com a guarda dos filhos. Em uma viagem para o exterior, durante o fechamento da fronteira devido à COVID-19, ele não conseguiu entrar na Argélia para fazer pagamentos de pensão alimentícia. Por isso, um juiz sentenciou Bahloul a um ano de prisão.
Durante a audiência de seu caso em junho, ele soube que mais acusações haviam sido apresentadas contra ele, envolvendo a impressão e distribuição de materiais cristãos para muçulmanos e evangelismo. As leis que regulam a prática de religiões não muçulmanas na Argélia proíbem qualquer coisa que, de acordo com as autoridades, abale a fé de um muçulmano. Isso inclui ações ou atividades usadas como meio de “sedução”, com a intenção de converter um muçulmano a outra religião.
A Argélia é o 24° país na Lista Mundial da Perseguição 2021. A maioria dos cristãos na Argélia são ex-muçulmanos. Eles correm maior risco de perseguição, não apenas da família, mas da comunidade em geral, que inclui líderes étnicos locais e anciãos. Em novembro, o Departamento de Estado dos EUA anunciou que incluiria, pela primeira vez, a Argélia em sua Lista Especial de Observação de países que se envolvem ou toleram graves violações da liberdade religiosa.