O secretário-geral da Aliança Atlântica rebateu a vontade de Moscou de evitar que a OTAN continua se expandindo para leste, e prometeu que serão tomadas “todas as medidas necessárias para proteger todos os países-membros”.
Se a Rússia tiver o objetivo de haver menos forças da OTAN junto de suas fronteiras, ela apenas terá “mais OTAN”, de acordo com Jens Stoltenberg, secretário-geral da Aliança Atlântica.
“A atual crise mostra a importância das atuais relações transatlânticas para a segurança europeia […] a OTAN é uma aliança defensiva, ela não ameaça a Rússia nem mais ninguém. No entanto, nós tomaremos todas as medidas necessárias para proteger todos os membros […]”, garantiu ele durante a 56ª Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha.
“Se o objetivo do Kremlin é ter menos OTAN nas suas fronteiras, ele apenas terá mais OTAN. Se ele querer dividir a OTAN, ele apenas terá uma aliança ainda mais unida”, disse Stoltenberg.
A Rússia tem protestado contra a expansão da OTAN desde os anos 1990, considerando que a presença militar do bloco junto de suas fronteiras constitui uma ameaça direta ao país. Em dezembro, Moscou propôs projetos de acordo com a OTAN, entre cujos pontos principais se incluem o não alargamento da Aliança Atlântica para leste, incluindo a Ucrânia, e a não colocação de meios militares na proximidade entre a Rússia e a OTAN.
Stoltenberg insiste que a Aliança Atlântica nunca prometeu não se expandir para leste. Apesar da falta de um tratado escrito nesse sentido nos anos antes e após a queda da URSS, um documento publicado na sexta-feira (18) pelo jornal Der Spiegel revelou uma promessa de que “a OTAN não se pode expandir nem oficialmente, nem não-oficialmente” durante as negociações entre a Alemanha Ocidental, França, Reino Unido e a URSS, em 6 de março de 1991.
Moscou argumenta que o alargamento da Aliança Atlântica ao antigo bloco do Pacto de Varsóvia no mínimo quebrou o espírito dessas negociações.