O Corpo de Guardas Revolucionários do Irã, desde que sua frota militar de drones foi exterminada, está pronta para assumir ataques de retaliação contra Israel, não apenas deixar a tarefa para milícias por procuração. O conflito, portanto, está se transformando em uma disputa direta e completa entre os dois atores principais. Em meados de fevereiro, meia dúzia de drones da Força Aérea Israelense invadiram a principal base aérea da Guarda Revolucionária (IRGC) na cidade ocidental de Kermanshah. De acordo com fontes iranianas e libanesas, eles destruíram centenas de UAVs militares de diferentes tamanhos. Os UAVs israelenses voaram 1.700 km até o alvo, o que acabou sendo o maior número de drones militares já destruídos em um único ataque.
O IRGC retaliou um mês depois com 12 mísseis Fatah-110 SRBM – lançados de Tabriz – para um alvo perto de Irbil, capital da república curda semi-autônoma do norte do Iraque. Teerã alegou ter atingido bases militares israelenses secretas localizadas lá, Isael negou manter instalações secretas no Curdistão e disse que os mísseis atingiram um prédio civil perto do consulado dos EUA.
No entanto, o The New York Times foi avisado pela inteligência dos EUA, por motivos desconhecidos, com a confirmação da afirmação de Teerã, deixando Israel com pouca escolha a não ser realizar sua própria operação de represália contra o Irã.
Os dois incidentes marcam um ponto de virada na sombria guerra em vigor há anos entre o Irã e Israel, na qual a elite do IRGC parece estar empenhada em buscar uma nova política de ação direta para os ataques dos EUA e de Israel, em vez de deixar a tarefa para seus milícias xiitas por procuração no Iraque, Síria, Líbano ou Iêmen. Os drones iranianos nas mãos desses representantes se tornaram nos últimos meses um grande perigo para a região, incluindo a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, ricos em petróleo. No ano passado, dois foram abatidos por caças israelenses F-35 que tentavam se infiltrar no espaço aéreo israelense. Mais recentemente, foi feita uma tentativa do Irã de usá-los para transportar armas para a Faixa de Gaza, governada pelo Hamas. Foi interceptado a tempo.