O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, afirmou nesta quinta-feira (31) que as tropas da Rússia não estão se retirando de áreas sob assédio na Ucrânia.
A declaração chega após Moscou ter anunciado uma redução “radical” das atividades militares contra as regiões de Kiev e Chernihiv, como resultado das negociações em Istambul, na Turquia.
“A Rússia não está se retirando. Pelo contrário, quer reforçar sua operação militar no Donbass e manter a pressão contra Kiev. Podemos esperar outras ações militares e ainda mais sofrimento”, disse Stoltenberg.
Um pouco antes, o Ministério da Defesa da Ucrânia também havia desmentido a suposta retirada russa de Chernihiv e Kiev. “O inimigo apenas retirou as unidades que sofreram as maiores perdas para reabastecê-las”, afirmou um porta-voz da pasta.
Já a comissária de direitos humanos do Parlamento da Ucrânia, Lyudmyla Denisova, denunciou um ataque russo contra um comboio de ônibus para evacuação de civis em Chernihiv. “Cinco ônibus acabaram sob fogo inimigo quando tentaram entrar na cidade para evacuar pessoas”, acusou. Pelo menos uma pessoa morreu e quatro ficaram feridas.
Oficialmente, Moscou diz que já concluiu a primeira fase de sua “operação especial”, que previa a redução da capacidade de defesa das Forças Armadas ucranianas, e que agora vai se concentrar em seu objetivo prioritário: a “liberação” do Donbass, onde ficam as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk.
Em comunicado divulgado na última quarta (30), o Ministério da Defesa russo explicou que o reagrupamento das tropas que seguiam para Kiev e Chernihiv tem como objetivo “duplicar os esforços nas áreas prioritárias, principalmente para completar a liberação do Donbass”. “Os objetivos em Kiev e Chernihiv já foram alcançados”, acrescentou a pasta.
Fonte: ANSA.