O acordo para restabelecer o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) de 2015 com o Irã está para ser efetivado, mas Jerusalém continua afirmando o seu direito de realizar ações unilaterais contra o programa nuclear iraniano, incluindo ataques a instalações iranianas na Síria.
“Se tivermos um acordo, as mãos dos israelenses não estão atadas. Se não tivermos um acordo, as mãos dos israelenses certamente não estão atadas”, disse o embaixador dos EUA em Israel, Tom Nides, nesta quinta-feira (31) ao canal israelense Channel 12 TV.
“Israel pode tomar e empreender todas as ações necessárias para proteger o Estado de Israel”, disse Nides.
O diplomata acrescentou que o presidente dos EUA, Joe Biden, “fará o que puder para garantir que o Irã não tenha uma arma nuclear […] É claro que gostaríamos de fazê-lo através dos canais diplomáticos”.
Donald Trump, antecessor de Biden, se opôs ao acordo e retirou unilateralmente os EUA do JCPOA, voltando a aplicar severas sanções econômicas contra o Irã como parte de uma maior campanha de “pressão máxima” destinada a derrubar o governo da República Islâmica.
Depois que Biden assumiu o cargo de presidente em janeiro de 2021, ele iniciou negociações para retomar o acordo, não obstante o Irã ter deixado de cumprir seus compromissos estabelecidos no JCPOA.
O governo israelense nunca confiou no acordo nuclear iraniano de 2015 e apoiou a decisão do então presidente Donald Trump de abandonar o tratado em 2018.
Agentes israelenses realizam há muito tempo sabotagem de instalações e assassinatos de pessoas ligadas ao programa nuclear civil do Irã, alegando sem evidências que o Irã está secretamente querendo criar armas nucleares.