Reino Unido, EUA e a Aliança Atlântica reafirmam seu “compromisso” com Kiev através do envio de novas armas ao território ucraniano. Segundo o MRE da Ucrânia, conflito em Donbass nos próximos dias será semelhante à Segunda Guerra Mundial.
O Reino Unido e seus aliados da OTAN aprovaram o envio de armas “novas e mais pesadas” para a Ucrânia. Segundo a secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, os membros da aliança concordaram na sede da aliança em Bruxelas na quinta-feira (7) em ajudar os militares ucranianos a atualizarem seu “equipamento da era soviética para o padrão da OTAN”.
“Concordamos em aumentar o apoio à Ucrânia e também reconhecemos que o conflito entrou em uma fase nova e diferente com uma ofensiva russa mais concentrada”, disse Truss.
Em discurso público hoje (8), o premiê do Reino Unido, Boris Johnson, prometeu ajuda militar no valor de £ 100 milhões (R$ 517 milhões) à Ucrânia, incluindo mísseis antiaéreos Starstreak e 800 mísseis antitanque.
Quem também se posicionou ontem (7) sobre o envio de armas para Kiev foi o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, quando afirmou que havia uma “mensagem clara” de que os aliados “devem fazer mais e estão prontos para fazer mais, para fornecer mais equipamentos, e eles percebem e reconhecem a urgência”.
Entretanto, ao ser indagado por um jornalista sobre quais aliados estariam ajudando a Ucrânia e qual tipo de armas estaria sendo enviado, Stoltenberg não esclareceu especificamente, mas garantiu que a ajuda chega ao país.
“Tenha certeza de que os aliados estão fornecendo uma ampla gama de sistemas de armas diferentes, tanto sistemas da era soviética, mas também equipamento moderno e acho um pouco estranha esta distinção entre ofensiva e defensiva”, afirmou.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, também confirmou na quinta-feira (7) que o governo Biden estava analisando “novos sistemas” para enviar a Kiev.
“[…] E não vamos deixar nada impedir que os ucranianos recebam o que eles precisam e o que acreditamos que pode ser eficaz. Portanto, estamos analisando de maneira geral não apenas o que fornecemos e continuamos a fornecer, mas também se existem sistemas adicionais que fariam a diferença e que poderíamos fornecê-los. E estamos fazendo isso em estreita consulta com os ucranianos, bem como com aliados e parceiros.”
Na quarta-feira (6), os EUA anunciaram que enviariam à Ucrânia mais US$ 100 milhões (R$ 475 milhões) em mísseis antitanques Javelin, com o pacote também incluindo dez drones de combate Switchblade 600.
Já a Comissão Europeia, em nome da UE, também aprovou o desembolso de um empréstimo de € 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) a Kiev para financiar mais armas.
Autoridades ocidentais estão lutando para fortalecer os sistemas de armas ucranianos, impulsionados pela crença de que as próximas semanas de combates no leste do país serão cruciais, à medida que as forças russas se reposicionam do norte em direção à região de Donbass.
Em diálogo com a OTAN ontem (7), o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, alertou que uma batalha iminente no leste seria semelhante ao combate da Segunda Guerra Mundial.
“A batalha por Donbass vai lembrá-lo da Segunda Guerra Mundial, com grandes manobras de operações, o envolvimento de milhares de tanques, veículos blindados, aviões e artilharia. A Rússia tem seu plano, nós temos o nosso e o resultado desse conflito será decidido no campo de batalha”, disse Kuleba.
Moscou advertiu repetidamente que o fornecimento de armas letais às autoridades de Kiev por países ocidentais é um erro que só aumenta as baixas.