O enviado da Rússia a Israel alertou na quinta-feira que Moscou responderá se Jerusalém fornecer equipamentos defensivos a Kiev em meio à invasão da Ucrânia por seu país.
Falando à televisão estatal russa, o embaixador Anatoly Viktorov observou o anúncio do Ministério da Defesa Benny Gantz um dia antes de que Israel fornecerá à Ucrânia capacetes e coletes à prova de balas.
O escritório de Gantz enfatizou que o equipamento irá para resgate civil ucraniano e forças médicas, não para os militares.
“Estamos verificando cuidadosamente essas informações e responderemos adequadamente se forem confirmadas”, disse Viktorov.
Não ficou claro pelas observações de Viktorov o que tal resposta poderia acarretar.
O anúncio de Gantz na quarta-feira marcou uma mudança de política para Israel, que primeiro pesou os pedidos ucranianos de alguns equipamentos defensivos em março. Mais recentemente, imagens devastadoras vindas do subúrbio de Bucha, em Kiev, galvanizaram muitos países contra o esforço russo e levaram a uma mudança de tom dos políticos israelenses.
Israel evitou alinhar-se muito com ambos os lados desde que as tropas russas invadiram a Ucrânia em 24 de fevereiro. É um dos poucos países que mantém relações relativamente calorosas tanto com a Ucrânia, uma democracia ocidental, quanto com a Rússia.
No entanto, a retórica vinda de Jerusalém mudou após os relatos de assassinatos civis generalizados pelos russos. O ministro das Relações Exteriores, Yair Lapid, até acusou explicitamente a Rússia de crimes de guerra no início deste mês, nos comentários mais fortes já feitos por um alto funcionário israelense contra Moscou.
Embora Jerusalém possa ter mudado um pouco seu tom para se alinhar mais com as potências ocidentais, até agora recusou-se firmemente a contribuir para o esforço militar ucraniano. Em vez disso, Israel enviou um pacote de ajuda humanitária de 100 toneladas para a Ucrânia e construiu um hospital de campanha no oeste do país.