Se você pesquisar no Google a palavra “epidemia”, a maioria dos resultados estará relacionada ao COVID-19, mas antes desse vírus entrar em nossas vidas, a Organização Mundial da Saúde e especialistas em saúde pública nos alertaram sobre outros problemas de saúde que se tornaram muito mais comuns nos últimos 50 anos.
À medida que o mundo muda e mais culturas se modernizam, temos mais desafios a enfrentar. Enquanto médicos e cientistas estão pensando em como minimizar os danos em nível global, é importante que estejamos cientes dos perigos e saibamos como gerenciá-los.
Aqui está a lista dos cinco principais desafios de saúde em 2022:
1. Obesidade
Ao longo da maior parte da história humana, a fome tem sido uma das principais causas de morte em todo o mundo. Hoje, é claro, a fome ainda afeta mais de um bilhão de pessoas, mas junto com ela a abundância de alimentos e o aumento de produtos manufaturados comercializados como alimentos, juntamente com a proliferação mundial de redes como o McDonald’s, criaram o problema oposto. Quando você pode comer quando e quanto quiser, é mais fácil sofrer as consequências perigosas da obesidade.
Em 1997, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a obesidade uma epidemia global. Em 2020, a organização divulgou dados mostrando que mais de 1,9 bilhão de pessoas com mais de 18 anos estão acima do peso; mais de 650 milhões deles são obesos, o que é prejudicial e perigoso. Especialistas estimam que, se essa tendência continuar, até 2030 mais da metade da população mundial estará acima do peso.
Em Israel, dados do Ministério da Saúde mostram que um em cada quatro cidadãos é obeso ou com sobrepeso, com cerca de 4 mil mortes por ano decorrentes dos efeitos diretos ou indiretos desse grave problema. Em 2018, a Associação Médica de Israel declarou que a obesidade é uma doença em todos os sentidos. Os médicos devem reconhecer esse problema em seus pacientes e tratá-los adequadamente.
2. Isolamento/Solidão
Nos últimos dois anos, sentimos os efeitos difíceis dos fechamentos e do isolamento em casa. Sem surpresa, os dados oficiais também mostram que a solidão pode ser prejudicial à saúde mental e física, de uma maneira que pode ser vista em testes de índices de inflamação, colesterol, açúcar no sangue e até função cerebral.
Mesmo antes de a pandemia deixar a maioria de nós muito mais isolada, a OMS alertou que a solidão é uma epidemia em si e deve ser tratada como tal. E, infelizmente, o dano do isolamento é muito mais perceptível em pessoas mais velhas, que ironicamente também são obrigadas a manter distância social mais do que qualquer outra pessoa à medida que cada onda (Delta, Omicron) entra em erupção.
Além disso, estudos mostram que mesmo jovens e adolescentes sofrem de solidão em taxas muito superiores às das gerações anteriores. Esses dados alarmantes podem ter um impacto de longo prazo na saúde pública no futuro. Esse entendimento exige referência em nível global, mas também pode levar cada um de nós a realizar pequenas e grandes ações para se conectar com outras pessoas, principalmente aquelas que moram sozinhas.
3. Estresse e ansiedade
Em 2016, a OMS emitiu um alerta contra o estresse crônico, que descreveu como “a epidemia mais perigosa do século 21”. O estresse, enfatizamos, é uma emoção essencial que sempre ajudou humanos e animais a responder rapidamente aos perigos e melhorar suas chances de sobrevivência. perigos, mas quase todos os dias quando estamos dirigindo, no trabalho, tentando ter sucesso na escola/universidade, lidando com discussões sem sentido e enfrentando uma situação difícil após a outra.
A OMS observou neste contexto que “no mundo moderno, os níveis de estresse e infelicidade estão apenas aumentando. Isso está se tornando o ‘novo normal’ para muitos, levando ao declínio da produtividade e ao aumento do risco de uma longa lista de doenças que se desenvolvem lentamente e silenciosamente, como pressão alta, diabetes, doenças cardíacas e infecções crônicas. Tudo isso pode se desenvolver e piorar como resultado do estresse constante.”
4. Crohn e outras doenças inflamatórias intestinais
A doença de Crohn é uma doença inflamatória intestinal que é considerada mais comum em judeus descendentes de Ashkenazi e, em geral, em pessoas em áreas desenvolvidas com alto status socioeconômico. A doença tem uma base genética, mas foi diagnosticada em mais pessoas nas últimas décadas. Especialistas estimam que as razões para isso podem estar relacionadas à maior conscientização sobre a doença, baixa exposição a bactérias na infância e possivelmente também ao uso de certos medicamentos, como pílulas anticoncepcionais ou anti-inflamatórios não esteroides. Além disso, a doença é mais comum entre os fumantes.
Em Israel, a prevalência de doença inflamatória intestinal é a mais alta do mundo, com quase 40.000 israelenses sofrendo com isso. A boa notícia é que agora ficou mais fácil diagnosticar o problema e tratá-lo adequadamente. Os sintomas dessas doenças incluem constipação, vômitos, dor abdominal, diarréia e febre. E embora a doença de Crohn seja uma doença crônica e incurável, ela certamente pode ser controlada e os sintomas podem ser aliviados com medicamentos e ajustando-se a uma dieta mais saudável com a ajuda de um nutricionista especialista em doenças digestivas.
5. Endometriose
De acordo com várias estimativas, a endometriose ocorre em 10-15% das mulheres em idade fértil, mas, embora seja considerada muito comum, pode levar em média 12 anos para uma mulher receber um diagnóstico preciso. A doença pode se manifestar em dor menstrual significativa, sangramento menstrual intenso, dor durante a relação sexual, distúrbios gastrointestinais, dor e sensibilidade na região pélvica, fadiga crônica, depressão e até dificuldade em conceber.
Hoje, os cientistas ainda não têm uma explicação uniforme para o que causa a endometriose, mas despertou a curiosidade de muitos pesquisadores e vários projetos de pesquisa foram iniciados recentemente, o que pode levar a um curso abrangente de tratamento em alguns anos.
A boa notícia é que a conscientização sobre esse problema de saúde certamente aumentou nos últimos anos e, em março de 2021, o Ministério da Saúde reconheceu a endometriose como uma doença crônica e os medicamentos para ela estão cobertos pela cesta de saúde. Isso, entre outras coisas, se deve aos esforços de longa data de uma organização chamada “Endometriose Israel” (Facebook), uma organização sem fins lucrativos que trabalha para promover conscientização, pesquisa e fornecer direitos apropriados para mulheres que lidam com essa condição médica comum e complicada.