O Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas da Coreia do Sul afirmou na manhã desta quarta-feira (25, pela hora local de Seul), que a Coreia do Norte disparou um míssil balístico na direção do Leste, segundo informações da agência local Yonhap. Não foram divulgados detalhes sobre qual tipo de projétil seria.
No fim de semana, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e seu homólogo sul-coreano, Yoon Suk-yeol, afirmaram que contemplam intensificar as manobras militares conjuntas em resposta à “ameaça” representada pela Coreia do Norte, à qual ofereceram ajuda contra a covid-19.
Após uma reunião em Seul na primeira viagem de Biden à Ásia, os dois líderes afirmaram que, “em vista da evolução da ameaça que a Coreia do Norte representa”, concordaram “em estabelecer discussões visando a ampliar o alcance e a escala dos exercícios e treinamentos militares conjuntos na península da Coreia e seus arredores”.
Os serviços de Inteligência sul-coreanos advertiram que seu vizinho do norte concluiu seus preparativos para um teste nuclear e que agora espera o melhor momento para realizá-lo. Washington não descarta uma “provocação” de Pyongyang durante, ou logo depois da viagem de Biden pela Ásia.
De acordo com Yoon, ele e Biden também conversaram sobre diferentes maneiras de “se coordenar com os Estados Unidos sobre o envio de efetivos estratégicos, se necessário”, citando “aviões de combate e mísseis”.
Covid-19
Sobre o surto de Covid-19 enfrentado pela Coreia do Norte, que se especula que poderia levar ao colapso seu precário sistema de saúde, os dois líderes expressaram sua “preocupação” e se disseram “dispostos a trabalhar com a comunidade internacional para fornecer assistência” a Pyongyang.
Nesse sentido, Biden afirmou ainda que os Estados Unidos ofereceram vacinas a Pyongyang, mas “não receberam resposta”.
Yoon explicou, por sua vez, que sua oferta à Coreia do Norte obedece a “princípios humanitários, à margem de questões políticas e militares”.
Não há consenso entre os analistas sobre se essa situação pode adiar o teste nuclear prevista, ou precipitá-lo, como uma manobra de distração.
O ex-analista da CIA (a Agência Central de Inteligência dos EUA) Soo Kim disse que um teste nuclear de Pyongyang estreitará ainda mais a colaboração entre Washington e Seul.
A Coreia do Norte acelerou seus testes de armas desde o início do ano. As negociações de desarmamento estão paralisadas desde a fracassada cúpula de 2019 entre Kim Jong-un e o então presidente dos EUA, Donald Trump. Sobre este tema, Biden declarou hoje que concordaria em se reunir com o líder norte-coreano apenas se ele fosse “sincero”.
Além de discutir as tensões com Pyongyang e as sanções à Rússia pela invasão da Ucrânia, o objetivo da viagem de Biden é estabelecer “uma forte relação pessoal” com Yoon, empossado há menos de duas semanas, explicou uma autoridade americana.
Fonte: G1.