País persa informou à agência nuclear da ONU que começou a alimentar cascata de gás hexafluoreto com até 5% de U-235.
Segundo um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) visto pela Reuters neste sábado (9), Teerã intensificou ainda mais seu enriquecimento de urânio com o uso de máquinas avançadas em sua planta subterrânea de Fordow atingindo uma configuração que pode mudar mais facilmente os níveis de enriquecimento.
“Em 7 de julho de 2022, o Irã informou à AIEA que, no mesmo dia, havia começado a alimentar a cascata mencionada com UF6 enriquecido com até 5% de U-235”, disse o relatório confidencial aos Estados-membros da AIEA.
Entretanto, embora Teerã seja obrigada a informar à agência sobre tal mudança, se optar por não fazê-lo, e pode escapar da detecção por algum tempo, pois atualmente há um atraso entre o enriquecimento do Irã e a verificação dos inspetores da AIEA do que é produzido.
A UF6 refere-se ao gás hexafluoreto de urânio que é alimentado em centrífugas para ser enriquecido.
Em um relatório de 20 de junho também visto pela Reuters, a AIEA disse que meses após a República Islâmica informar sua intenção de usar a cascata, o país começou a fornecer UF6 para passivação, um processo que vem antes do enriquecimento.
O Irã já está enriquecendo até 60% em outros lugares, relata a mídia, bem acima dos até 20% que produzia antes de seu acordo de 2015 com as principais potências que limitaram seu nível de enriquecimento em 3,67%, mas ainda abaixo dos cerca de 90% do grau de armamento.