Após uma ausência prolongada de chuvas, 46% do território da União Europeia (UE) corre risco de sofrer uma seca. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (18), no momento em que o continente é palco de uma intensa onda de calor.
De acordo com o Centro Comum de Pesquisa, serviço de pesquisas científicas da Comissão Europeia, 46% da área do bloco registra um déficit importante de umidade do solo. Cerca de 11% estão em nível de alerta, com a vegetação e os cultivos debilitados pela falta de água, acrescentou o relatório do mês de julho do grupo.
O documento aponta que a bacia do Rio Pó, no norte da Itália, é a que enfrenta a pior situação em 70 anos. Cinco regiões italianas vivem uma “seca intensa”: Emilia-Romagna, Friuli-Venezia Giulia, Lombardia, Vêneto e Piemonte. Junto com Portugal, Espanha, França e Romênia, a Itália é palco de um “estresse hídrico e térmico”.
Segundo o grupo de especialistas da Comissão Europeia, esses países “enfrentarão uma queda da produtividade dos cultivos”.
Embora em menos intensidade, Alemanha, Polônia, Hungria, Eslovênia e Croácia também foram afetadas. Os ministérios do Clima e do Meio Ambiente alemães divulgaram, nesta segunda-feira, que as ondas de calor e de seca em 2018 e 2019 custaram ? 35 bilhões ao país.
A situação também é difícil na Península Ibérica, onde existem “condições propícias para os incêndios florestais”, acrescenta o comunicado do Centro Comum de Pesquisa. “Na Espanha, os volumes de água armazenados em reservatórios estão atualmente 31% abaixo da média da última década”, afirmam.
Ondas de calor atrapalham níveis hídricos
As ondas de calor de junho e julho na Europa agravam uma situação já crítica, depois de um importante déficit de chuvas no inverno e na primavera. “O nível dos rios em vários países foi extremamente afetado. Os volumes de água estocados estão acabando. Isso pode levar à tomada de medidas extraordinárias para a gestão da água e da energia”, advertem os cientistas da Comissão Europeia.
Em junho, a produção de energia das centrais térmicas e nucleares situadas às margens de rios foi muito inferior à média de 2015 a 2021 em vários países do bloco, entre eles, Itália, França e Portugal. O mesmo fenômeno foi registrado nas hidrelétricas afetadas pela queda da reserva de água na Noruega, Espanha, Romênia, Montenegro e Bulgária, ressalta o relatório.
Fonte: RFI.