Ali não cresceu como cristão — como a maioria dos iranianos, veio de uma família muçulmana. Zahra era uma muçulmana profundamente religiosa. De formas diferentes, Jesus se apresentou ao casal, que decidiu segui-lo, apesar de a decisão nunca ser fácil de ser tomada no Irã, país onde viviam.
“No Irã, quando alguém se torna cristão, a família fica na defensiva e rejeita a pessoa. Mas quando me tornei cristão, disse para mim mesmo: ‘Minha família, meu país, eu deixo tudo para trás’. Foi um grande passo já que todos estariam contra mim”, Ali relembra.
Conforme a fé da família se tornou pública, outras coisas começaram a acontecer. Ali perdeu o emprego e a família ficou sem os privilégios sociais. Mas mesmo quando tudo e todos se afastaram, o amor deles por Jesus só cresceu. Eles se uniram à equipe ministerial de uma rede de igrejas domésticas secretas, animados para estarem com outros cristãos. E, por conta disso, foram presos.
O Exército dos Guardiões da Revolução Islâmica são um braço do exército iraniano que deixa claro que a lei islâmica deve ser seguida. Zahra estava em um encontro da igreja quando membros dos Guardiões a encontraram.
“Nós os vimos vindo em direção à casa. Tentamos esconder as informações que tínhamos e não abrimos a porta. Então vimos eles entrando pela janela. Ao invadirem a casa, nos prenderam, nos vendaram e colocaram em carros. Já no local, nos colocaram em salas diferentes e começaram a nos interrogar”, lembra Zahra.
Os homens ligaram para Ali e disseram que a esposa sofrera um acidente, que ele precisava ir ao hospital. Ao receber a ligação, ligou para um amigo que trabalhava no hospital. Ele disse que Zahra não estava lá. Ali foi até o hospital sabendo que encontraria as autoridades.
“No caminho, excluí os contatos do meu celular para manter a identidade de outros cristãos em segurança. Quando cheguei, agentes me algemaram, me vendaram e me colocaram no carro. Zahra também estava lá. Chegamos a um local onde me colocaram em uma cela da prisão sem luz, banheiro ou cobertor.”
A realidade da prisão
Confira Ali e Zahra compartilhando um pouco sobre sua história
O casal ficou em celas separadas e suportou dias de interrogatório. “Eles me mantiveram sozinha em um quarto pequeno sem luz ou janelas. Não havia travesseiro, coberta ou cama. Tarde da noite, me levavam para interrogatório. Eu não respondia nem uma única questão”, lembra Zahra. O marido suportou um tratamento parecido. “Eles fizeram perguntas sobre outros cristãos. A meta era identificar igrejas secretas e eles sabiam que éramos ativos no ministério e conhecíamos muitas pessoas. Queriam se infiltrar nas igrejas.”
Para Ali, o abuso não foi apenas verbal ou psicológico. “Durante os interrogatórios, eu fui muito agredido. Meu interrogador perguntou: ‘Quem é seu pastor? E se você disser Jesus, eu farei você sofrer mais’. Eu disse: ‘Eu não tenho nenhum’. Ele me deu um soco no ombro, mas como eu estava vendado, não sabia de onde viria o golpe. Eles me sentaram em uma cadeira e amarraram minhas duas mãos nela. Ele perguntou: ‘Você sabe onde está sentado?’. Eu respondi: ‘Não sei, estou vendado’. Ele disse: ‘Você está em uma cadeira elétrica’.”
Apesar de em algum momento Ali e Zahra terem sido soltos, a situação não ficou mais fácil. Estar fora da prisão não tornou a vida deles melhor — muito longe disso. E esse parecia ser o plano das autoridades iranianas. “Quando saí da prisão, fui despedido dos empregos que tinha depois de uma semana. Meus filhos não tinham permissão para ir à escola. Cada vez que eu saía, havia uma chance de não voltar”, Ali disse.
O casal suportou a perseguição constante por dois anos após a prisão. Eles sabiam que a qualquer momento poderiam ser levados de volta para a prisão, sem ideia se seriam soltos. “As autoridades diziam que seria melhor deixarmos o país”, explica Zahra.
Então, a família tomou a difícil decisão de deixar o Irã. “É realmente doloroso deixar o país dessa forma. Se tivesse outra maneira, estaríamos no Irã agora. Fomos rejeitados e privados de tudo. Mas tínhamos duas escolhas: ficar e sofrer, principalmente nossos filhos, ou partir e alcançar relativa paz”, disse Ali.
Socorra cristãos presos
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