A Rússia se aproveita da ampliação e fortalecimento dos laços comerciais e militares com o Irã para enfrentar a pressão sancionatória do Ocidente, afirmou o colunista do The Wall Street Journal Benoit Faucon.
O objetivo das sanções ocidentais de isolar a Rússia do resto o mundo força o Kremlin a ampliar as esferas de sua cooperação com os aliados. Assim, segundo o autor, o fortalecimento dos laços comerciais e militares entre a Rússia e o Irã provoca preocupação nos EUA. Washington está seguro de que tal parceria ajudará a suavizar as consequências das sanções, visto que assim Moscou e Teerã recebem novos mercados para exportações.
“Em julho, o Irã se tornou o principal comprador mundial do trigo russo. No mesmo mês, a Rússia lançou para o espaço um satélite iraniano, o que marcou um sucesso raro do programa espacial do Irã”, escreveu Faucon.
Além disso, o colunista salientou os exercícios conjuntos com drones, além do aumento do comércio entre os dois países.
Os países ocidentais impuseram novas sanções contra Moscou após o início da operação especial das Forças Armadas russas para desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia. Assim, ativos russos no valor de cerca de 300 bilhões de dólares (R$ 3,1 trilhões) foram congelados, enquanto muitas empresas estrangeiras saíram do mercado russo. Além disso, começaram a soar mais alto os apelos para rejeitar os combustíveis russos.
Nesse contexto, o rompimento das cadeias logísticas levou a problemas econômicos para a Europa e os EUA, demonstrados pelo aumento dos preços dos alimentos e combustíveis. O Kremlin chamou tais medidas de “guerra econômica” nunca antes vista. As autoridades salientaram a sua prontidão para reagir a tal desenvolvimento das coisas.