Desde o início das tensões comerciais entre EUA e China, durante o governo de Donald Trump, a China de Xi Jinping vem passando por uma sequência problemática de eventos que estão afetando pesadamente seu desempenho econômico e colocando Xi Jinping e o Partido Comunista Chinês em alerta.
Além das tarifas comerciais, sanções em cima de empresas de tecnologia e membros do partido, pandemia, política de COVID Zero, tensões no Mar do Sul da China, antagonismos geopolíticos, e risco de quebra de grandes empresas de construção, a China se vê com uma das maiores secas dos últimos anos.
A seca vem afetando não só o funcionamento de usinas hidrelétricas, mas também prejudica o transporte de bens por vias fluviais, já que muitos afluentes do Rio Amarelo se encontram secos. O não funcionamento das hidrelétricas, está levando várias cidades a sofrerem apagões, forçando um aumento no uso de termelétricas e prejudicando a cadeia doméstica de produção industrial.
Política de “Covid zero”
A economia, já severamente afetada pela política de “Covid zero”, que levou dezenas de cidades e milhões de chineses a lockdowns que perduram até hoje, sofre um novo baque com apagões em zonas importantes para a produção industrial.
No começo do ano a expectativa de crescimento girava em torno de 5,5%. Hoje, muitos analistas estão considerando que o crescimento chinês deverá ficar abaixo dos 3,5%, colocando uma pressão enorme em Xi Jinping.
Em novembro, ocorrerá o Congresso do Partido Comunista Chinês, que elegerá os novos membros do Politburo, o comitê executivo da legenda. O evento marcará a recondução de Xi Jinping como líder máximo do país. O trágico desempenho econômico não deverá afetar essa escolha, mas colocará um desafio inédito nas mãos de Xi Jinping e do Partido a partir de 2023.
Fonte: RFI.