O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse hoje que, se os Estados Unidos decidirem fornecer a Kiev mísseis de longo alcance para sistemas Himars fabricados nos EUA em uso pela Ucrânia, o país cruzará uma “linha vermelha” e se tornará “parte no conflito”.
Em um briefing, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, acrescentou que a Rússia “se reserva o direito de defender seu território”.
“Os Estados Unidos e seus aliados, que fornecem armas ao regime de Kiev, estão se tornando cúmplices de seus crimes de guerra. Se Washington decidir fornecer a Kiev mísseis de longo alcance, cruzará a linha vermelha e se tornará parte direta do conflito. Nós nos reservamos o direito de defender nosso território com todos os fundos disponíveis”, disse Zakharova.
Segundo ela, “possíveis entregas de armas de mísseis ao regime de Kiev são comparáveis a uma situação em que mísseis baseados em terra fabricados nos EUA, anteriormente proibidos pelo Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, capazes de atingir alvos em território russo, fossem implantados nos países europeus”.
Desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, em 24 de fevereiro, a comunidade internacional tem evitado se envolver diretamente no conflito. O que os países têm feito foi enviar ajuda a financeira a Kiev e alguns tipos de armamentos, além da aplicação de sanções contra Moscou.
Em declarações anteriores, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sinalizou que Washington só deve se envolver diretamente no conflito se algum país da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) for atingido.
Porta-voz disse que os EUA querem prolongar guerra
Zakharova também acusou os Estados Unidos de quererem prolongar a guerra na Ucrânia.
“Os EUA mostram interesse em estender as hostilidades na Ucrânia pelo maior tempo possível e, claro, controlar essa situação”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.
“Oficiais americanos fazem declarações abertas de que o Exército dos EUA tem preparado a recente ‘contraofensiva’ ucraniana por vários meses. Então eu tenho uma pergunta: ainda são as Forças Armadas da Ucrânia ou são as Forças Armadas da Ucrânia e do Ocidente?”, acrescentou.
Fonte: UOL.