O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou a jornalistas nesta 5ª feira (29.set.2022) que o presidente Vladimir Putin anexará formalmente 4 cidades da Ucrânia na 6ª feira (30.set). De acordo com o comunicado, Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson passam a ser territórios russos a partir da assinatura do documento de anexação.
A cerimônia será às 15h, no horário de Moscou (9h em Brasília) no Palácio do Kremlin –sede do governo russo. Putin deve discursar no evento.
Na 3ª feira (27.set), os resultados dos referendos realizados nas regiões mostraram uma aprovação majoritária para a adesão das áreas ao território russo. Segundo autoridades russas, as aprovações variaram de 87% a 99,2%.
Embora Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson tenham administradores locais indicados por Moscou, as regiões não são totalmente controladas pela Rússia.
A Ucrânia e países do Ocidente não reconhecem os resultados. Eles também acusam o governo russo de coagir moradores a votarem, sob ameaça de punição. No último domingo (25.set), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que a ação representaria o fim das negociações diplomáticas com Moscou.
Os EUA e o secretário da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, também se manifestaram sobre a questão.
Em comunicado, o presidente Joe Biden afirmou que o país nunca reconhecerá “os territórios ucranianos como algo que não seja parte da Ucrânia”. Também classificou os referendos como “uma farsa”.
Os EUA também pedirão que o Conselho de Segurança da ONU não reconheça os referendos. Exigirão ainda que a Rússia retire suas tropas do país vizinho, segundo a enviada norte-americana Linda Thomas-Greenfield.
De maneira semelhante, Stoltenberg chamou as consultas populares de “falsos”. Disse ainda que os processos “não têm legitimidade e são uma violação flagrante do direito internacional”. Em sua conta no Twitter, afirmou que “essas terras são a Ucrânia”.
