05 de março de 2015.
Não só o discurso foi brilhante, como o momento não poderia ter sido melhor: no dia 04 de março os judeus celebram a sua alegre festa do “Purim”, lembrando a salvação dos judeus na Pérsia de um plano macabro organizado pelo cruel Haman para a sua extinção colectiva.
Decorridos 2.500 anos, os planos voltam a ser ativados, desta vez não com forcas, mas com armas nucleares. E é essa ameaça patente sobre Israel e o seu povo que Netanyahu foi ontem denunciar no Congresso norte-americano.
TAL COMO HÁ 2.500 ANOS..
Naquela altura, os judeus estavam no seu exílio babilônico, agora persa, em consequência da vitória do império medo-persa sobre o babilônico de Nabucodonosor.
O rei da Pérsia chamava-se Assuero, governando sobre 127 províncias e sobre todo o império mundial que agora os persas dominavam. O seu vice-rei chamava-se Haman, e era possuidor de um incurável ódio contra os judeus, que o levou a organizar e apresentar ao rei Assuero um macabro plano para a matança de todos os judeus que viviam na Pérsia.
“Enviaram-se as cartas, por intermédio dos correios, a todas as províncias do rei, para que se destruíssem, matassem e aniquilassem de vez a todos os judeus, moços e velhos, crianças e mulheres, em um só dia, no dia treze do duodécimo mês, que é o mês de Adar, e que lhes saqueassem os bens.” – Livro de Ester 3:13

Não fosse a coragem e oportunidade da rainha judia Ester, que, com risco da sua própria vida, decidiu abordar o rei e denunciar os planos de Haman, os judeus teriam sido completamente dizimados exatamente neste dia 04 de março que se comemora.
Todos esses eventos tiveram lugar na antiga Pérsia, o atual Irã.
O cruel Haman lançou sortes – “purim” no original – para determinar qual o dia da matança dos judeus. A “sorte”, ou o “purim” calhou no dia 13 do mês de Adar. É por isso que esta noite – o início do dia 13 de Adar – os judeus celebram a festa das “sortes”, o “Purim”, um tempo de grande alegria e festa, em que andam com disfarces nas ruas e trocam presentes entre si…
2.500 ANOS DEPOIS… Netanyahu está a meio da sua campanha política para as eleições gerais em Israel no próximo dia 17. A sua ida a Washington gerou ondas de discussão em Israel e nos EUA, tanto é que o presidente norte-americano se opôs claramente à visita do primeiro-ministro, nem sequer o recebendo na Casa Branca. Netanyahu arriscou assim a sua carreira, e não se sabe que frutos irá colher internamente desta sua visita ao Congresso americano.
Mas, tal como Ester, Netanyahu percebe que este tempo é vital para a sobrevivência do estado de Israel, permanentemente ameaçado pelo crescente desenvolvimento do programa nuclear iraniano. Todas as pessoas de bom senso percebem que o programa nuclear do Irã não se destina a fins pacíficos, de outra forma não teria de ser ocultado a dezenas de metros de profundidade e completamente interditado aos inspetores internacionais, como até agora tem acontecido.
É esse perigo que Obama não consegue ver, mas que Israel pressente, uma vez que está “ali mesmo ao lado”, e conhece mais do que ninguém os efeitos do ódio anti-semita dos dirigentes da República Islâmica do Irã, ao investirem e apoiarem os terroristas do Hezbollah e do Hamas com milhões de dólares e armamento para a destruição de Israel.

Vezes sem conta a liderança iraniana tem prometido “limpar o tumor sionista” do mapa, e Israel sabe que eles dizem o que pensam e pensam o que dizem. Esse desejo foi bem expresso nas palavras do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, um capanga do Irã: “Se todos os judeus se juntarem em Israel, isso poupar-nos-à o trabalho de andarmos à caça deles pelo mundo fora.”
NETANYAHU APOIA-SE NA BÍBLIA
Não só o primeiro-ministro de Israel fez alusão à história da rainha judia Ester da Pérsia no seu discurso de ontem, como também se referiu a Moisés, que libertou o povo de Israel do Egito e o conduziu pelo deserto durante 40 anos. No seu discurso de despedida ao seu povo, Moisés encorajou-os a serem bravos e fortes, a colocarem a sua fé em Deus e a não se intimidarem pelos inimigos que inevitavelmente iriam encontrar pelo caminho.

Netanyahu apelou ontem ao Congresso norte-americano – em cuja sala se encontra curiosamente uma imagem de Moisés – para ficar ao lado de Israel, sendo bravo e forte, e a não se deixar intimidar pelo inimigo comum que os EUA e Israel enfrentam: o Irã nuclear. “Porque, se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal conjuntura como esta é que foste elevada a raínha?” – Livro de Ester 4:14.
Fonte: Shallon Israel.