Nomeado pelo presidente russo, Vladimir Putin, o novo líder militar Sergei Surovikin, responsável por comandar os novos ataques à Ucrânia, é conhecido como ‘General do Armagedon’. Mas, afinal de contas, o que é Armagedon?
Muito utilizada como referência para o fim dos tempos e catástrofes, a palavra Armagedon na verdade significa o lugar em que acontecerá a batalha final entre as forças do bem e do mal, de acordo com a Bíblia sagrada cristã.
Armagedon é uma palavra grega que foi traduzida do Hebraico “har megiddo”. A etimologia desta palavra remonta o Novo Testamento da Bíblia escrito em grego e que é encontrada no Apocalipse 16:16. Ela se refere a uma montanha ou colina próxima ao Rio Eufrates a 30 km ao sul de Nazaré, o Monte de Megido. Na tradução do hebraico para o grego, Armagedon acabou deixando de ser um lugar e acabou virando sinônimo da batalha final que acontecerá entre o bem e o mal.
Segundo a bíblia, o Monte de Megido será palco de uma batalha entre o exército celestial liderado por Jesus Cristo e os anjos contra seguidores convencidos por espíritos do mal e o próprio Anticristo. Estes espíritos, saídos da boca do dragão, da besta e de um falso profeta, irão disseminar o mal e enganarão reis do mundo inteiro para participarem da grande batalha, o Armagedon.
Assim, o Armagedon é o lugar onde acontecerá um conflito entre a humanidade contra Deus e Sua Verdade. Aqueles que conseguirem ver além das mentiras dos espíritos do mal se juntarão ao exército celestial na batalha final entre o bem e o mal. De acordo com a crença, os sobreviventes desta batalha serão os responsáveis pela construção de um novo mundo, pacífico e crente em Deus.
Qual a diferença entre apocalipse e Armagedon?
Enquanto o Armagedon representa o local do fim do mundo, “apocalipse” pode representar uma série de eventos diferentes. A palavra apocalipse vem do grego e significa “algo descoberto”. Ou seja, o apocalipse é, na verdade, uma visão do futuro, como no próprio Livro do Apocalipse e no Apocalipse de São João. A palavra está presente em vários trechos bíblicos e, por isso, é passível a vários tipos de interpretações, inclusive a de que haverá o apocalipse na batalha de Armagedon. O plano divino para restabelecer a paz mundial também faz parte do apocalipse, inclusive.
O apocalipse religioso faz referência ao julgamento final, diante do qual, supostamente, todos os homens terão direito à redenção assim que provarem sua fé. Já o chamado apocalipse secular diz respeito ao fim do mundo, mas de outra maneira: trata-se da especulação a respeito do que pode acontecer em decorrência de causas naturais ou de guerras, por exemplo.
Armagedon Nuclear
Embora a palavra Armagedon apareça na Bíblia apenas uma vez, ela acabou virando sinônimo de fim dos tempos no vocabulário atual, sinônimo de grandes eventos catastróficos. Durante a Guerra Fria, acreditava-se na possibilidade de um Armagedon Nuclear, ou seja, um caso em que as superpotências entrariam em conflito bélico direto e destruiriam o planeta por sucessivos usos de bombas nucleares.
Mais recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que o risco de um ‘Armagedon’ nuclear é o maior em 60 anos, ou seja, desde a crise dos mísseis, em 1962, frente às ameaças da Rússia de usar essas armas no conflito contra a Ucrânia.
O motivo seria o seguinte: quanto mais territórios ucranianos as tropas russas perdem, maior o risco de Putin usar armas nucleares táticas. Segundo Biden, ele não está brincando.
General Armagedon
Sergei Surovikin, apelidado de “general Armagedon”, foi nomeado pelo presidente russo, Vladimir Putin, para comandar os novos ataques à Ucrânia, agora centrados na infraestrutura civil do país. Nascido na cidade de Novosibirsk, na Sibéria, ele tem 55 anos e é conhecido por ser brutal e linha-dura.
Ele recebeu esse apelido em 2004, dado pela mídia russa depois que um coronel sob seu comando cometeu suicídio após uma reprimenda de Surovikin.
“Surovikin é absolutamente implacável, com pouca consideração pela vida humana. Temo que suas mãos fiquem completamente cobertas de sangue ucraniano”, afirmou um ex-funcionário do Ministério da Defesa ao jornal britânico The Guardian.
Fonte: UOL