Os arqueólogos israelitas descobriram esta semana no deserto da Judéia a primeira evidência material da revolta dos macabeus contra o reino greco-selêucida. A fenomenal descoberta consta de uma caixa cilíndrica de madeira contendo 15 moedas de prata datando da época das revoltas judaicas contra os invasores gregos, há cerca de 2.200 anos.
As moedas foram identificadas como pertencendo ao período do reino de Antíoco IV e foram descobertas num sítio de escavações arqueológicas na reserva natural da Darageh Stream, perto do Mar Morto.
Segundo uma informação da Autoridade para as Antiguidades de Israel, as moedas “são datadas à época da revolta dos macabeus”, e a caixa de madeira “foi provavelmente escondida na gruta por uma pessoa que fugia do conflito” e que tencionaria “regressar para recolher o seu dinheiro depois da revolta.”
Segundo peritos locais, esta extraordinária descoberta apresenta “a primeira evidência arqueológica de que as grutas do deserto da Judeia desempenharam um papel activo como palco das actividades dos judeus rebeldes ou dos fugitivos nos primeiros anos da revolta dos macabeus.”
A prática de fugir para o deserto está mencionada no primeiro Livro dos Macabeus. Os quatro livros dos Macabeus não foram considerados canónicos na Bíblia Hebraica (Tanak), mas todos surgem em alguns manuscritos da Septuaginta, a mais antiga tradução do Antigo Testamento na língua grega.
As moedas estarão em exibição no Museu Hasmoneu, em Modi’in, durante a “semana do património israelita”, que coincidirá com as celebrações do Chanuká, que este ano será entre os dias 18 e 26 de Dezembro.
“Entre os muitos achados, esta singular caixa de madeira foi descoberta numa rachadela da gruta” – informou a AAI, acrescentando: “Quando a tampa foi removida, vimos que a parte de cima continha terra e pequenas pedras. Debaixo desta camada, encontrámos um grande pano de lã de cor púrpura que cobria as 15 moedas de prata dispostas sobre pedaços de lã no fundo da caixa.”
E a AAI prosseguiu com estas valiosas informações: “O tesouro destas moedas limpas pelo laboratório para os achados de metal da Autoridade para as Antiguidades de Israel é composto por um grupo homogéneo de moedas de prata, tetradracmas cunhadas por Ptolomeu VI, rei do Egipto. Ptolomeu VI reinou no Egipto na mesma altura em que o seu tio Antíoco IV Epifâneo (“O Iníquo”) reinava sobre o seu reino selêucida, e que incluía a Judeia. A 3 moedas mais antigas encontradas neste tesouro foram cunhadas em 176/5 a.C., e a mais recente data de 171/0 a.C. O nome “Shalmai” na escrita aramaica foi encontrado inciso numa das moedas.”
É importante salientar que foi Antíoco IV Epifâneo que profanou o Templo de Jerusalém, sacrificando ali um porco, após ter causado uma terrível chacina entre o povo da Cidade e ter saqueado o Templo. Ele é profetizado por Daniel, muitos anos anos, e referenciado por Jesus como um protótipo do Anticristo.