Nesta segunda-feira (26), o Irã concedeu algumas declarações acerca do acordo nuclear e da influência de países estrangeiros, como o Reino Unido, nos protestos que acontecem no país.
Sobre o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), a chancelaria iraniana afirmou que o texto já está pronto para ser assinado, mas que o pacto ainda não se concretizou devido às ações dos Estados Unidos.
“Em geral, o texto do acordo está pronto para assinatura, com base nas negociações entre as partes, mas a atitude desconstrutiva dos EUA retarda a concretização do acordo”, afirmou o porta-voz do MRE do Irã, Nasser Kanaani, à agência de notícias IRNA.
O diplomata ainda sublinhou que o acordo pode ser concluído se as partes europeias e norte-americanas tomarem medidas práticas: “O caminho para chegar ao acordo está aberto“, destacou.
Ao mesmo tempo, Kanaani acrescentou que o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, reclamou sobre a interferência dos países europeus nos assuntos internos do Irã durante os recentes tumultos no país em uma reunião com o chefe da política externa da UE, Josep Borrell, na capital jordaniana, Amã, na semana passada.
De acordo com o porta-voz, as prisões de cidadãos ligados ao Reino Unido, por exemplo, mostraram o “papel destrutivo” britânico e dos países do Ocidente nos recentes protestos no país.
Questionado por um repórter sobre o anúncio de domingo (25) em Teerã sobre a prisão de sete pessoas ligadas a Londres, Kanaani respondeu: “Alguns países, especialmente o que você mencionou, tiveram um papel não construtivo em relação aos recentes desenvolvimentos no Irã. O papel deles [do Reino Unido] foi totalmente destrutivo e incitou os tumultos”, declarou.
O porta-voz disse que o governo iraniano notificou os respectivos governos dos detidos e “comunicou seus crimes” a eles, acrescentando que por “razões humanitárias”, os detidos foram autorizados a entrar em contato com suas famílias durante as férias de Natal.
Em uma breve pontuação, Kanaani também afirmou que Amirabdollahian alertou – durante sua reunião com Josep Borrell – que a entrega contínua de armas dos países ocidentais à Ucrânia não ajudará a resolver um conflito entre o país e a Rússia.
