Por várias semanas, membros da pequena comunidade cristã na Cidade Velha de Jerusalém dizem se sentir sob pressão pelo que eles afirmam ser um crescente assédio e intimidação por parte de violentos ultranacionalistas judeus.
Neste mês, um homem mais tarde identificado pelas autoridades da igreja como um radical judeu foi dominado e detido após supostamente vandalizar uma estátua de Jesus na Igreja da Flagelação. A igreja fica no local onde se acredita que Cristo tomou a cruz após ser condenado à morte por crucificação.
“Esta é a igreja comemorando o sofrimento de Jesus, e exatamente aqui, fazer isso é algo muito ruim, muito ruim”, disse o padre Eugenio Alliata, responsável pelas coleções arqueológicas do Museu da Terra Santa.
Esse incidente segue uma série de outros incidentes, incluindo um em que as frases “Morte aos Armênios” e “Morte aos Cristãos” foram rabiscadas em hebraico nas paredes do Convento Armênio de São Tiago, no início de janeiro.
“Nos últimos dois meses, eu diria, desde o início do novo governo, ataques como esse estão se tornando muito, muito comuns”, disse Miran Krikorian, que controla um restaurante na Cidade Velha. “E o problema é que sentimos que não há nada que possamos fazer a respeito.”
A polícia israelense diz que intensificou as patrulhas em torno de locais cristãos em Jerusalém, enquanto as igrejas relatam abusos por judeus após a posse do governo de extrema-direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Não houve comentário de um porta-voz de Itamar Ben-Gvir, o judeu ultranacionalista encarregado da polícia na coalizão de seis semanas de Netanyahu – apesar de ambos terem prometido proteger todos os cidadãos.
Questionada pela Reuters, a polícia não abordou diretamente as alegações de que incidentes anticristãos estão aumentando. Mas disse que foram realizadas prisões e algumas acusações foram arquivadas, em todos os casos citados.
Fonte: Reuters.