O presidente dos EUA, Joe Biden, comentou sobre os ataques aéreos realizados pelos EUA na Síria em resposta a um ataque mortal de drones a uma base da coalizão, que Washington atribuiu às milícias ligadas ao Irã. Segundo o alerta de Biden a Teerã, vai haver retaliação por incidentes como este.
“Para não se enganarem, os Estados Unidos não buscam – não enfatizam – um conflito com o Irã. Mas estejam preparado para agirmos com força para proteger nosso povo. Foi exatamente o que aconteceu ontem à noite”, disse Biden em entrevista coletiva conjunta com o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau em Ottawa na sexta-feira (24).
Um empreiteiro dos EUA foi morto e cinco soldados norte-americanos e outro empreiteiro ficaram feridos depois que um drone kamikaze atingiu uma base da coalizão liderada pelos EUA perto da cidade de Hasakah, no nordeste da Síria, por volta do meio-dia na quinta-feira (23), afirmou o Departamento de Defesa acrescentando que o veículo aéreo não tripulado, (UAV, na sigla em inglês) encontrado parece ser de “origem iraniana”.
Mais tarde naquele dia, de acordo com o Pentágono, caças norte-americanos F-15 realizaram dois ataques aéreos na Síria em instalações usadas por grupos supostamente associados ao Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica do Irã (IRGC, na sigla em inglês). Os atentados foram conduzidos por ordem do presidente Biden, acrescentou o Pentágono.
Pouco tempo depois, dez foguetes foram lançados em Green Village, uma posição militar dos EUA no nordeste da Síria. O ataque, que não resultou em baixas ou destruição, também foi atribuído às milícias apoiadas pelo Irã por Washington.
“Continuaremos a manter nossos esforços para combater as ameaças terroristas na região em parceria com o Canadá e outros membros da coalizão para derrotar o ISIS [Estado Islâmico ou Daesh, organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países]”, disse Biden.
Mais cedo, fontes locais disseram à Press TV do Irã que os mísseis dos EUA atingiram um centro de desenvolvimento rural e uma instalação de grãos na província de Deir ez-Zor, no leste da Síria. “Nenhum iraniano foi morto”, afirmou a emissora.
Cerca de 900 soldados dos EUA permanecem no nordeste da Síria, rico em petróleo, depois de terem sido enviados para lá em meados da década de 2010 sob o pretexto de combater o Daesh. Damasco considera sua presença ilegal e tem repetidamente reclamado com a ONU. A posição do governo sírio é compartilhada pela Rússia e pelo Irã, que têm auxiliado o país na luta contra o terrorismo.