O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, conversou por telefone no domingo com o presidente sírio, Bashar Assad, com os dois líderes divulgando o que veem como o “colapso” que se aproxima do Estado de Israel.
A ligação veio um dia depois que seis foguetes foram disparados da Síria em direção a Israel, e em meio a uma saraivada de foguetes disparados pelo Hamas da Faixa de Gaza e do Líbano.
Segundo o gabinete de Raisi, o líder iraniano disse ao seu homólogo sírio que “o mundo está a mudar a favor do eixo de resistência” contra Israel.
“Os crimes deste regime são um sinal de sua fraqueza e desespero”, disse Raisi a Assad durante a conversa.
Assad respondeu que “hoje se revelam os sinais do colapso da sociedade sionista, resultado da resistência e principalmente da posição da nação palestina”, segundo um comunicado do gabinete de Raisi.
Segundo a agência de notícias estatal síria SANA, Assad e Raisi concordaram que as políticas e atividades israelenses no local sagrado do Monte do Templo de Jerusalém nos últimos dias “confirmam a fraqueza e o fracasso desta entidade diante da força da resistência e da coragem do povo palestino”.
Na semana passada, a polícia disse que entrou na Mesquita de Al-Aqsa depois que jovens mascarados se barricaram dentro da mesquita no topo do Monte do Templo com fogos de artifício, porretes e pedras e se recusaram a sair pacificamente. Os oficiais aparentemente acreditavam que o grupo pretendia atacar os judeus que visitavam o monte na véspera da Páscoa.
O vídeo da polícia aparentemente espancando palestinos na mesquita se tornou viral e provocou indignação em todo o mundo muçulmano. A polícia disse em resposta que eles foram atacados diretamente.
Na noite de sábado e no domingo, seis foguetes foram lançados do sul da Síria nas colinas de Golã em duas barragens separadas com horas de intervalo – dias depois que uma saraivada de foguetes também foi disparada contra Israel do Líbano.
Em resposta, o IDF disse que realizou ataques de artilharia e drones no sul da Síria, visando os lançadores que foram usados para disparar os foguetes. Mais tarde, caças israelenses realizaram ataques aéreos adicionais perto da capital Damasco.
Nas últimas semanas, as IDF aumentaram sua campanha de ataques aéreos na Síria, realizando bombardeios aéreos quase diários de locais supostamente ligados às milícias iranianas.
De acordo com a SANA, Raisi e Assad enfatizaram “a necessidade de respeitar a soberania e a integridade territorial da Síria”.
Raisi falou há apenas dois dias com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan – um aliado ostensivo de Israel – que lhe disse que “o mundo islâmico deveria estar unido contra os ataques de Israel na Palestina”, disse seu gabinete.
A postura representa uma aparente mudança para Erdogan, que liderou uma política no ano passado que viu a Turquia estreitar seus laços com Israel. Durante esse tempo, porém, as autoridades turcas alertaram que a deterioração na situação israelense-palestina levaria a tendências semelhantes nos laços Jerusalém-Ancara.
O Irã também tem estreitado os laços com a Arábia Saudita nas últimas semanas, um movimento que colocou Israel no limite, já que Teerã, outrora ostracizada, restabelece relações com o intermediário Riad.