A China cercou totalmente a ilha de Taiwan nesta segunda-feira (10) com navios e aviões de guerra e munição real durante o terceiro dia de exercícios militares que realiza na região.
O cerco e a artilharia pesada elevaram a tensão na região. Os Estados Unidos reagiram e anunciaram ter feito manobras com um destroyer em uma zona marítima no sul da China.
Já os exercícios realizados pelas Forças Armadas chinesas ao redor de Taiwan foram os últimos de uma série de três que Pequim faz desde sábado (8) na região, em reação à viagem que a presidente de Taiwan fez na semana passada aos Estados Unidos e em Belize e Guatemala, os únicos na América Latina que reconhecem a ilha como país.
O governo chinês reivindica Taiwan como parte de seu território, o que o governo taiwanês nega.
Durante as manobras, 200 voos de aviões de guerra chineses foram registrados no espaço aéreo taiwanês e simularam o fechamento da ilha. Segundo as Forças Armadas chinesas, esta foi a primeira vez que suas tropas fizeram um cerco total de Taiwan.
Também foram usados porta-aviões Shandong, que podem ser usados para impedir a entrada de militares estrangeiros a Taiwan, segundo afirmou à agência de notícias Associated Press o pesquisador do Instituto de Defesa Nacional e Pesquisa de Segurança Han Gan-ming.
“No futuro, se houver uma manobra militar semelhante, Taiwan terá de enfrentá-la sozinha”, disse Han.
De acordo com o Ministério da Defesa Nacional de Taiwan, entre os aviões que cruzaram o espaço aéreo de Taiwan estavam oito caças J-16, quatro caças J-1, oito caças Su-30 e aviões de reconhecimento. Taiwan também rastreou caças J-15, que estão emparelhados com o porta-aviões Shandong.
No final da manhã de segunda-feira, o Ministério da Defesa de Taiwan relatou outros 59 voos de bombardeiros, além de vários caças.
Reação dos EUA
Em reação às manobras chinesas, os Estados Unidos anunciaram que o contratorpedeiro de mísseis USS Milius navegou no Mar da China Meridional em uma operação de “liberdade de navegação” – a China construiu uma ilha artificial nessa região para reivindicar o território disputado.