A corrida contínua entre os EUA e a China para prevalecer no setor global próspero de chips não mostra sinais de cessar. Quais são os principais fornecedores de semicondutores para o mundo e há novos “participantes no clube”? Leia a explicação da Sputnik para mergulhar no tema.
O que é um semicondutor?
Um semicondutor é uma coisa normalmente feita de silício, que tem propriedades elétricas específicas (que conduz eletricidade mais do que um isolante elétrico, mas menos do que um condutor puro) que lhe permitem servir de base para computadores e outros dispositivos eletrônicos.
Também conhecidos como chips, os semicondutores podem ser encontrados em produtos como smartphones, eletrodomésticos, hardware de jogos e equipamentos médicos.
Quem produz mais chips?
Taiwan continua sendo o líder incontestável do mundo em termos de fabricação de semicondutores brutos. Essa classificação se deve principalmente ao trabalho de uma única empresa, a Taiwan Semiconductor Manufacturing, que produz cerca de 50% dos semicondutores do mundo.
Escassez global de chips
A atual escassez de semicondutores envolve vários setores relacionados aos setores automotivo e de eletrônicos pessoais que foram atingidos pela pandemia da COVID-19.
A demanda crescente por celulares, laptops e outros dispositivos eletrônicos, juntamente com a prolongada disputa comercial entre os Estados Unidos e a China e a diminuição da capacidade de fabricação nos EUA, provocaram a crise do setor de semicondutores.
Por que essa situação é perigosa para EUA?
No ano passado, a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, descreveu a escassez de semicondutores em seu país como uma questão de “segurança nacional”, pois, segundo ela, isso expôs a dependência da produção dos EUA em relação às importações de semicondutores do exterior.
A secretária do Tesouro Janet Yellen admitiu que “o único país do mundo que é uma fonte dos semicondutores mais avançados é Taiwan”.
“Eu consideraria isso um risco de resiliência e também um risco de segurança nacional”, disse Yellen, acrescentando que os EUA são altamente dependentes da China para certos suprimentos, como lítio e o processamento de alguns dos minerais que são usados em baterias elétricas.
Agora, a Tailândia, Vietnã, Índia e Camboja são os principais fornecedores de chips para os Estados Unidos. Além desses países, os EUA obtêm semicondutores da Malásia, Coreia do Sul, Japão e Filipinas.
Progresso na luta entre EUA e China pelos chips
Em meio à competição contínua entre os EUA e a China, o setor global de chips pode crescer para US$ 1,4 trilhão (R$ 7,05 trilhões) em receita até 2030, uma corrida que deve continuar nos próximos anos.
De acordo com a Casa Branca, os EUA produzem atualmente cerca de 10%, enquanto a China responde por pelo menos 15% da produção global de semicondutores.
Washington está se esforçando para vencer a disputa com Pequim, impondo mais restrições e expandindo os investimentos no setor nacional de chips.
Em outubro de 2022, o governo Biden implementou as restrições mais abrangentes até o momento no setor de fabricação de chips de Pequim, exigindo licenças para as empresas que exportam chips para a China usando ferramentas ou software dos EUA, independentemente de onde sejam fabricados no mundo.
As medidas também impedem que cidadãos norte-americanos e portadores de green cards (vistos permanentes de imigração) trabalhem para determinadas empresas chinesas de chips.
Antes disso, o governo alocou mais de US$ 52 bilhões (R$ 262 bilhões) para empresas norte-americanas produtoras de semicondutores, além de outros bilhões em créditos fiscais para incentivar o investimento no setor.