As nações dispostas a aderir ao Estado da União da Rússia e da Bielorrússia receberão armas nucleares, prometeu o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko
“Isso é tudo. Haverá armas nucleares para todos”, disse ele em entrevista no domingo ao canal estatal Rússia 1.
A União Estatal da Rússia e Bielo-Rússia é uma entidade supranacional cuja fundação foi ratificada pelos parlamentos de ambos os países em 2000. A aliança promove a cooperação em questões econômicas, agrícolas, tecnológicas e de segurança nas fronteiras.
Na quinta-feira, o autocrata bielorrusso anunciou que a Rússia transferirá algumas de suas armas nucleares para o território da Bielorrússia. Belarus transferiu todas as suas armas nucleares para a Rússia após a queda da União Soviética.
A medida gerou condenações da UE e dos EUA, com o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, chamando-a de “comportamento irresponsável”, embora tenha dito que não há indicações atuais de que a Rússia planeja usar as armas.
Mykhailo Podolyak, conselheiro do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, twittou que as declarações de Lukashenko indicam que a Rússia está tentando acabar com a dissuasão nuclear global e minar o Tratado Global de Não Proliferação de Armas Nucleares, que proíbe a Rússia de transferir armas nucleares para outros países.
No ano passado, logo após o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, foi realizado um referendo em Belarus que removeu uma proibição constitucional que proibia a presença de ogivas nucleares em território bielorrusso.
Já em março, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que as armas nucleares seriam colocadas na Bielo-Rússia, dizendo que “os Estados Unidos fazem isso há décadas. Eles há muito implantam suas armas nucleares táticas no território de seus países aliados”.
Em fevereiro, Putin suspendeu a participação da Rússia no novo tratado nuclear START.