O desafio sem precedentes imposto ao presidente russo, Vladimir Putin, por combatentes do grupo Wagner expôs novas “rachaduras” que podem levar semanas ou meses para se resolver, disse neste domingo (25) o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken.
“Acredito que não vimos o ato final”, afirmou Blinken à rede norte-americana ABC News, após um motim abortado pelas forças lideradas por Yevgeny Prigozhin.
Blinken disse também que as tensões que desencadearam a rebelião vêm aumentando há meses e que a turbulência pode afetar as capacidades militares de Moscou na Ucrânia.
No entanto, ele descreveu o conflito como um “assunto interno” para Putin, e afirmou que Washington ainda não tentou falar com Moscou sobre o episódio.
“Observamos mais rachaduras surgirem na fachada russa. É muito cedo para dizer exatamente para onde vão e quando chegarão lá. Mas, certamente, temos todo tipo de novas questões que Putin terá de abordar nas próximas semanas e meses”, disse Blinken ao programa “Meet the Press”, da NBC.
“Na medida em que os russos estão distraídos e divididos, isso pode tornar mais difícil o processo de violência contra a Ucrânia“, disse Blinken ao programa “This Week” da ABC.
Entenda as etapas da rebelião na Rússia
Na noite de sexta-feira (23), o grupo Wagner, que luta na guerra da Ucrânia ao lado da Rússia, iniciou uma rebelião e atacou bases militares russas. Depois, deixou bases no leste da Ucrânia, cruzou a fronteira e tomou o controle de Rostov.
Há meses, Prigozhin vinha tendo desentendimentos com o Ministério da Defesa russo por conta da falta de armas e suprimentos de guerra para suas tropas.
Fonte: Reuters.