O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, afirmou na 3ª feira (27.jun.2023) que a aliança está “pronta para defender cada centímetro de território aliado”.
O secretário disse também que espera os países integrantes da organização aumentem seus investimentos em defesa “mais ambiciosa”, para o mínimo de 2% do PIB (Produto Interno Bruto) na próxima cúpula da organização, que será realizada em 11 de julho.
“A guerra da Rússia na Ucrânia demonstra que não podemos dar a paz como garantida e que devemos investir mais em nossa segurança”, disse Stoltenberg. Perguntado sobre o motim do Grupo Wagner, o secretário-geral da aliança afirmou que considera muito cedo para tirar conclusões definitivas sobre as consequências a longo prazo.
“O que posso dizer é que estamos monitorando de perto os desenvolvimentos e todos nós aumentamos nossa prontidão e nossa presença militar para garantir uma defesa confiável para nossa aliança e tomaremos essas decisões na próxima cúpula”, disse Stoltenberg.
O secretário-geral da Otan afirmou ainda que a aliança enviou uma “mensagem clara” a Moscou e Minsk, capital de Belarus, que recebeu Yevgeny Prigozhin, líder do Grupo Wagner. “Não há espaço para mal-entendidos em Moscou ou Minsk sobre nossa capacidade de defender nossos aliados contra qualquer ameaça potencial, independentemente do que acreditarmos que serão as consequências finais [do conflito entre o Grupo Wagner e Vladimir Putin]“, declarou Jens Stoltenberg.
A respeito do ingresso da Ucrânia à Otan, o secretário-geral afirmou que “todos os aliados concordam que a Ucrânia se tornará integrante”.
“Também concordamos que cabe aos aliados da Otan e à Ucrânia decidir quando a Ucrânia deve se tornar um integrante, não cabe à Rússia. O presidente Putin não tem poder de veto sobre a ampliação da Otan”, disse o secretário-geral da aliança.
O GRUPO WAGNER
Fundado em 2014 pelo tenente-coronel Dmitry Utkin, o Grupo Wagner é a principal organização de mercenários que atua em operações militares alinhadas aos interesses de Putin. A facção ganhou notoriedade nesse mesmo ano quando ajudou forças separatistas apoiadas pela Rússia na península ucraniana da Crimeia. Em 2015, Yevgeny Prigozhin se tornou o líder da comunidade paramilitar.
O Grupo Wagner age como um exército privado de Putin, que pode expandir sua área de atuação para outros continentes sem envolver diretamente as Forças Armadas oficiais do país. Os paramilitares já atuaram em diversas nações na África, como Líbia, Sudão, Mali e Madagascar. O grupo também já atuou na Síria para ajudar o regime do presidente Bashar al-Assad, aliado de Putin.
Na guerra com a Ucrânia, o Grupo Wagner se destacou por lutar na linha de frente das principais batalhas. Os mercenários eram a principal força de ataque russa na cidade de Bakhmut, local do conflito mais sangrento da guerra até agora.
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Fonte: Poder360.