O Alto Comissário para os Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU), Volker Türk, alertou que mais 80 milhões de pessoas poderão passar fome em meados deste século devido às alterações climáticas, afirmou esta segunda-feira durante um discurso em Genebra.
O representante da ONU lembrou que os especialistas preveem que a temperatura média do nosso planeta sofrerá um aumento de 3 graus Celsius, detalhando que nossos ecossistemas “seriam irreconhecíveis”.
“ Vensos territórios desapareceriam sob a elevação dos oceanos, ou tornar-se-iam efectivamente inabitáveis, devido ao calor e à falta de água”, afirmou, acrescentando que, apesar das promessas dos dirigentes, faltam ainda acções com a urgência e determinação necessárias para inverter esta situação.
Ele também destacou que a mudança climática está ameaçando o direito à alimentação, especificando que eventos climáticos extremos e desastres naturais causados pelo aquecimento global destroem plantações, rebanhos, pescas e ecossistemas inteiros.
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“Sua repetição impossibilita que as comunidades se reconstruam e se sustentem”, continuou ele. “Globalmente, houve um aumento de 134% nos desastres relacionados a inundações induzidas pelo clima entre 2000 e 2023”, acrescentou.
Nesta altura, garantiu que mais de 828 milhões de pessoas passaram fome em 2021 e que as alterações climáticas deverão expor até mais 80 milhões de pessoas ao risco de passar fome em pleno século XXI, o que, acredita, “criará uma escala verdadeiramente aterrorizante de desespero e necessidade.”
Por isso, Türk pediu o fim dos subsídios à indústria de combustíveis fósseis com o objetivo de eliminá-los gradualmente e tomar uma série de medidas para realizar uma “transição justa para uma economia verde”, tanto a nível nacional como global.
“Ainda há tempo para agir. Mas essa hora é agora. Não devemos deixar que nossos filhos consertem isso […] Enfrentar a mudança climática é uma questão de direitos humanos. E o mundo exige ação, agora”, concluiu.