Moscou não quer um confronto direto entre os militares russos e a OTAN, mas se alguém quiser, a Rússia está pronta para isso, disse o presidente Vladimir Putin neste sábado (29).
“Estamos sempre prontos para qualquer cenário. Mas ninguém quer isso. Certa vez, por iniciativa do lado americano, criamos um mecanismo especial para evitar esses conflitos. Nossos chefes de certos departamentos se comunicam diretamente e têm a oportunidade de se consultarem entre si sobre qualquer situação de crise”, afirmou Putin em entrevista coletiva.
O presidente observou que isso sugere que “ninguém quer confrontos”, mas que “se alguém quiser – não que seja a Rússia – estamos prontos para isso“, explicou.
Putin também informou que a Ucrânia sofreu pesadas perdas tanto em mão de obra quanto em equipamento militar, “mas há mudanças” pois “estão preservando equipamentos”, disse ele.
“Eles sofreram grandes perdas tanto em mão de obra quanto em equipamentos, mas agora há algumas mudanças. Quais são? Eles trazem as pessoas para a linha de frente em veículos blindados, jogam fora e o equipamento desaparece imediatamente. Aparentemente, eles estão preservando o equipamento, eles têm medo de perdê-lo e avançam a pé”, disse Putin a jornalistas.
Ao mesmo tempo, o líder russo enfatizou que um dos pontos da proposta de paz dos países africanos é o cessar-fogo; no entanto, é difícil que isso seja cumprido porque quem está atacando é o regime de Kiev.
“Um dos pontos é o cessar-fogo, mas o Exército ucraniano está atacando, realizando uma ofensiva estratégica em grande escala. É por isso que não adianta se dirigir a nós pedindo um cessar-fogo. Não podemos cessar-fogo quando estamos sendo atacados”, declarou.
Putin disse também que a introdução de unidades militares polonesas na Ucrânia pode se tornar o início do caminho para a rejeição dos territórios ocidentais da Ucrânia em favor da Polônia.
“Lá [na Ucrânia] já estão sendo lançadas ideias para introduzir certas unidades militares polonesas em um sentido mais amplo – para garantir a segurança, porque todos são eliminados como parte das medidas de mobilização, mas é preciso de alguma forma manter a ordem e a disciplina. Mas se isso [entrada de unidades polonesas] acontecer, então será o começo desse caminho para a rejeição dos territórios ocidentais da Ucrânia em favor da Polônia.”
Em relação ao acordo de grãos, o presidente afirmou que os preços no mercado mundial após a saída da Rússia do acordo aumentaram, e sendo asism, Moscou receberá mais receita e está pronta para compartilhar parte dela com os países mais pobres.
“Quando anunciamos que estávamos saindo do negócio de grãos, os preços no mercado mundial subiram um pouco. Isso significa que nossas empresas vão receber mais, o que significa que vamos receber mais impostos. de nossa renda com os países mais pobres e entregamos certas quantidades de comida de graça”, disse Putin a jornalistas.
Sobre a cúpula do BRICS na Africa do Sul no mês que vem, o presidente disse que vai participar através de videochamada, e que estava em contato com todos os chefes de Estado participantes da organização, mas observou que sua presença física na cúpula não era mais importante do que estar na Rússia agora.
“Estou em contato com todos os meus colegas. Tanto com o presidente da República Popular da China quanto com o primeiro-ministro da Índia, e acabei de me encontrar com o presidente da África do Sul […] Não acho que minha estada na a cúpula do BRICS é mais importante do que minha estada aqui na Rússia, agora”, disse Putin.