Mais de 3 mil soldados dos Estados Unidos chegaram ao Mar Vermelho a bordo de navios de desembarque, em uma nova mobilização para impedir o Irã de apreender petroleiros, anunciou a Marinha americana nesta segunda-feira, 7.
A operação reforça o posicionamento das forças americanas no Golfo, uma área estratégica para o tráfego internacional de hidrocarbonetos.
Irã, um país em confronto direto com os EUA, afirmou que a mobilização militar dos EUA na área “nunca forneceu segurança” e que “os interesses [de Washington] nesta região sempre o levaram a alimentar a instabilidade e a insegurança”.
Militares americanos chegaram ao Mar Vermelho no domingo, 6, a bordo do USS Bataan e do USS Carter Hall, disse a Quinta Frota da Marinha americana em comunicado. “Com essas ações, os Estados Unidos demonstram seu compromisso de garantir a liberdade de navegação e impedir o Irã de realizar atividades desestabilizadoras”, acrescentou.
“Essas unidades trazem uma significativa flexibilidade e capacidade operacional para nosso trabalho (…) de deter as atividades desestabilizadoras e de diminuição das tensões regionais provocadas pelo assédio e apreensão de navios mercantes pelo Irã”, disse à AFP o comandante Tim Hawkins, porta-voz da Quinta Frota.
Segundo os militares americanos, o Irã apreendeu ou tentou apreender, nos últimos dois anos, quase 20 navios de bandeira internacional nesta região.
Os incidentes se multiplicaram nas águas do Golfo, uma zona marítima crucial para o transporte mundial de petróleo, desde que, em 2018, sob o governo do então presidente Donald Trump, os EUA se retiraram do acordo internacional destinado a limitar o alcance do programa nuclear iraniano e voltaram a impor sanções à República Islâmica — sobretudo, ao seu setor petrolífero.
As negociações para a retomada do acordo nuclear do Irã, que buscou limitar as atividades atômicas do país em troca da suspensão das sanções internacionais, atualmente estão paralisadas e um consenso parece distante. Encerrado em 2015, um possível reingresso ao tratado chegou a ser discutido em abril de 2021 em Viena, sede da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), mas as conversas não avançaram desde agosto passado.
A República Islâmica é acusada de ignorar vários compromissos do acordo, mas alega que seu programa nuclear é pacífico.
Fonte: Estadão.