A Armênia acusou o Azerbaijão de promover uma “limpeza étnica” e cometer “crime contra a humanidade” ao reassumir o controle da região separatista de Nagorno-Karabakh.
Em discurso nesta quinta-feira (21) no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, na Suíça, o embaixador armênio Andranik Hovhannisyan disse que anteriormente já havia alertado sobre o risco de uma limpeza étnica na região, que foi palco de novos conflitos nesta semana.
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“Agora ela está em curso. Isso não é uma simples situação de conflito, é um crime contra a humanidade e deveria ser tratado como tal”, ressaltou o diplomata.
A disputa por Nagorno-Karabakh remete ao fim dos anos 1980, em meio ao colapso da antiga União Soviética, e opõe o Azerbaijão a separatistas de etnia armênia.
Em 1992, os rebeldes proclamaram a República de Artsakh, que nunca foi reconhecida internacionalmente, mas Baku conseguiu reconquistar boa parte do território de Nagorno-Karabakh em uma guerra de seis semanas contra a Armênia em 2020.
Após a operação militar desta semana, o Azerbaijão declarou a retomada do controle sobre toda a região, com os separatistas concordando em entregar as armas e iniciar negociações.
A primeira rodada de conversas aconteceu nesta quinta-feira, na cidade azeri de Yevlakh, com a presença da missão de paz russa na zona, e durou cerca de três horas.
Pouco antes, os armênios de Nagorno-Karabakh haviam acusado o Azerbaijão de violar a trégua em vigor desde quarta (20) com disparos de armas de fogo em Stepanakert, cidade mais importante da região, mas Baku chamou a denúncia de “desinformação”.
Enquanto isso, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, telefonou para seu homólogo azeri, Ilham Aliyev, e cobrou o respeito “aos direitos e à segurança dos armênios de Nagorno-Karabakh”.
A operação militar do Azerbaijão abriu uma crise política na Armênia, com manifestantes e a oposição chamando o premiê Nikol Pashinyan de “traidor” por não ter reagido ao conflito, que deixou 200 mortos, segundo os separatistas.
Fonte: ANSA.