O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, admitiu na quarta-feira, 27, preocupação com a evolução da pandemia de covid-19 à medida que o inverno se aproxima no hemisfério norte.
Ele alertou que os países estão dando menos atenção que deveriam para a doença em meio à alta de casos na Europa e nos Estados Unidos. “Entre os poucos países que estão divulgando os dados, tanto de hospitalizações como as entradas em cuidados intensivos, vemos um aumento nos últimos 28 dias, sobretudo na Europa e na América do Norte”, afirmou em conferência de imprensa.
Tedros Adhanom disse que os níveis de vacinação entre os grupos mais vulneráveis continuam baixos após mais de dois anos desde que o mundo se encontrava no pico da pandemia. Segundo dados da OMS, cerca de 60% da população mundial têm a vacinação completa e apenas 30% recebeu, pelo menos, uma dose de reforço. “A covid-19 pode já não ser a crise aguda que era há dois anos, mas isso não significa que possamos ignorá-la”, disse Adhanom.
De acordo com a responsável do departamento técnico anti-covid da OMS, Maria Von Kerkhove, os dados que os cientistas têm disponíveis para vigiar a circulação do vírus são cada vez mais escassos porque os países reduziram o monitoramento. No momento, os pesquisadores sabem que as subvariantes da Ômicron estão em circulação, mas nenhuma é claramente dominante.
Em agosto, a OMS declarou a EG.5, apelidada de Eris, como uma variante de interesse. Ela é uma mutação da Ômicron e possui mutação na proteína Spike, o que pode causar escape imunológico, de acordo com o órgão mundial de saúde.
Como estão os casos de covid-19 no Brasil
Segundo dados do Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado no dia 20 de setembro, o Brasil teve um ligeiro aumento nos casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) associadas à covid-19, majoritariamente localizados em estados do Sudeste e do Centro-Oeste, com destaque para o Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás.
As informações são referentes à Semana Epidemiológica 37 – de 10 a 16 de setembro – e a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 18 de agosto.
Fonte: OMS.