O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da China, Xi Jinping, se reuniram na Califórnia nesta quarta-feira (15). A reunião bilateral acontece pouco antes da Cúpula de Líderes da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec). O encontro durou mais de duas horas.
No encontro, o presidente chinês disse que “o planeta Terra é grande o suficiente para os EUA e a China” e que “embora os dois países sejam muito diferentes, eles deveriam ser totalmente capazes de superar as diferenças“. “A relação deve se desenvolver de maneira que beneficie nossos dois povos e cumpra nossa responsabilidade pelo progresso humano. Eu acredito em um futuro promissor desta relação bilateral”, finalizou.
A informação foi divulgada pelo jornal “The New York Times”.
Biden disse que os dois líderes “devem garantir que a competição [entre os dois países] nunca se torne um conflito”.
O presidente americano disse também que admira a relação entre ele e Xi que, segundo o presidente americano, “já dura muitos anos”. “Eu valorizo nossa conversa porque acredito que é fundamental que você e eu nos entendamos claramente, de líder para líder, sem equívocos ou má comunicação.”
Xi também disse no encontro que, historicamente, a relação entre os dois países “nunca foi um mar de rosas”, mas que “continuou avançando apesar dos altos e baixos”.
O presidente chinês ainda falou que o mundo ainda sofre dos impactos da pandemia de Covid-19, mas que momento é de recuperação da economia global. “A economia está se recuperando, mas em ritmo lento.”
Encontro em solo americano
Esta é a segunda vez que os dois se encontram pessoalmente desde que Biden assumiu a Casa Branca, em 2021. A última foi há um ano em Bali, na Indonésia. Esta também é a primeira visita do presidente chinês aos Estados Unidos desde 2017. Na ocasião, ele foi recebido por Donald Trump, na Flórida.
Na terça (14), os dois países anunciaram que irão montar um grupo de trabalho bilateral para reunir esforços em prol da transição energética e combate à poluição.
No encontro entre os líderes dos dois países, também estão previstas discussões como a expansão militar chinesa no mar do sul da China, ameaça de invasão do país em Taiwan, interferências de hackers chineses nas eleições dos EUA e a Guerra da Ucrânia.
Desde o encontro na Indonésia há um ano, EUA e China tiveram crises diplomáticas, como a do balão de espionagem chinês que foi abatido por um caça americano e restrições dos EUA às exportações de tecnologia para a China.
Grupo bilateral para transição energética e combate à poluição
Em um comunicado conjunto, China e Estados Unidos anunciaram que irão montar um grupo de trabalho bilateral para reunir esforços em prol da transição energética e combate à poluição. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (15).
Os dois países afirmaram que apoiam a declaração do G20, que reúne as maiores economias do mundo, para triplicar a capacidade global de energia renovável até 2030.
China e Estados Unidos também prometeram trabalhar juntos em um acordo para combater a poluição de plástico e metano.
A criação do grupo de trabalho é resultado de um encontro que aconteceu entre os enviados climáticos dos dois países, John Kerry e Xie Zhenhua, na Califórnia, na primeira semana de novembro.
Levantamento da Carbon Atlas divulgado durante a COP 27, em 2022, aponta que China e Estados Unidos são os países mais poluidores em emissões de gás carbônico.
Comunicação militar e combate às drogas
A China e os Estados Unidos concordaram em retomar a comunicação de alto nível entre seus militares, incluindo reuniões de trabalho entre os departamentos de defesa, informou a mídia estatal chinesa na quinta-feira (16), horário local.
Xi também disse que ambos os lados concordaram em estabelecer uma relação China-EUA para um grupo de trabalho de cooperação antidrogas.
Taiwan
Xi disse para Biden que Taiwan era o maior e mais perigoso problema nas relações EUA-China, disse um funcionário do governo norte-americanos a repórteres, segundo a Reuters.
O funcionário citou Xi dizendo que a preferência da China era pela reunificação pacífica com a ilha de Taiwan, reivindicada pelos chineses, mas continuou falando sobre as condições em que a força poderia ser usada.
Xi estava tentando indicar que a China não está se preparando para uma invasão massiva de Taiwan, mas isso não muda a abordagem dos EUA, disse o funcionário.
Fonte: G1.