Home GuerrasHamas sela aproximação com Putin, ao libertar por conta própria refém israelense com nacionalidade russa

Hamas sela aproximação com Putin, ao libertar por conta própria refém israelense com nacionalidade russa

por Últimos Acontecimentos
216 Visualizações

Um jovem de 25 anos se destacava no grupo de mulheres e crianças libertados pelo Hamas neste domingo: com nacionalidade russa e israelense, o técnico de som Roni Krivoi não integrava a lista estabelecida pelo acordo que prevê a trégua nos combates em Gaza pela troca de reféns, mas foi solto por uma deferência do grupo terrorista a Vladimir Putin.

Ao libertá-lo, por conta própria, o Hamas agradeceu ao presidente russo o apoio à causa palestina e a posição assumida por Moscou no conflito com Israel.

O gesto sela a aproximação entre Putin e o Hamas e o seu distanciamento com o premiê Benjamin Netanyahu, que se gabava de tê-lo como um amigo pessoal, visitando-o mais de dez vezes nos últimos sete anos.

Israel detectou a frieza oriunda do Kremlin na sua reação ao massacre do Hamas em solo israelense. Putin levou três dias para se manifestar e responsabilizou o fracasso da política dos EUA no Oriente Médio para justificar o ataque que causou a morte de 1.200 pessoas e tornou mais de 200 reféns em Gaza.

Vinte dias depois, uma delegação do Hamas de alto nível, liderada por Moussa Abu Marzouk, esteve em Moscou para reunir-se com o vice-ministro das Relações Exteriores, Mikhail Bogdanov, sob o pretexto de negociar a libertação de sete reféns russos.

No mesmo dia, o vice-chanceler do Irã também era recebido por Bogdanov.

A Rússia deixava claro os objetivos de aumentar a influência no Oriente Médio — onde atuou como suporte essencial ao ditador sírio, Bashar al-Assad —, enfraquecer os EUA e desviar a atenção mundial de sua guerra contra a Ucrânia.

Mas, para Israel, a recepção russa à comitiva do Hamas significava apoio ao terrorismo e legitimidade aos atos cometidos dias antes.

Nos últimos anos, a Rússia tornou-se próxima do Irã e contou com a ajuda do regime para combater a Ucrânia, recebendo drones de ataque de fabricação iraniana. Enquanto isso, Netanyahu tentava se equilibrar entre EUA e Rússia, evitando impor sanções financeiras a Moscou e recusando-se a enviar armas a Kiev.

A partir do massacre, os laços entre os dois países se afrouxaram. No Conselho de Segurança da ONU, houve trocas de acusações entre os representantes russo e israelense, sob o direito de Israel se defender após o ataque do Hamas.

O tumulto no aeroporto do Daguestão, no Sul da Rússia, em 29 de outubro, quando uma turba de manifestantes atacou passageiros que desembarcaram em um voo proveniente de Israel, ajudou a tensionar as relações.

Putin comparou o bloqueio de Gaza por tropas israelenses às táticas usadas por nazistas contra a cidade soviética de Leningrado, sitiada sem água e eletricidade, durante a Segunda Guerra Mundial.

“Embora o apoio da Rússia ao Hamas seja, por enquanto, retórico e simbólico, e não material, isto é percebido por Israel como semelhante a uma aliança com o Hamas”, opinou o jornalista Milan Czerny, em artigo no Carnegie Endowment for International Peace.

O Hamas soube retribuir, expressando boa vontade e agradecimento, ao libertar um dos reféns israelenses com cidadania russa. Caçula de três irmãos, de uma família russo-israelense, Roni Krivoi foi capturado por terroristas do Hamas no dia 7 de outubro, durante a festa rave que se realizava perto da fronteira e levado para Gaza.

Segundo uma tia, ele conseguiu fugir do cativeiro, durante um dos bombardeios de Israel e vagou sem rumo pelo território palestino até ser novamente preso.

Foi libertado ontem pela graça de Putin, nas palavras do próprio Hamas.

Fonte: G1.

“E ouvireis de guerras e de rumores de guerras;…” Mateus 24:6

27 de novembro de 2023.

Postagens Relacionadas

Deixe um comentário