A questão da defesa e da segurança da União Europeia diante da ameaça russa e de conflitos que se multiplicam no Oriente Médio foi tema de uma mesa-redonda na manhã de quarta-feira (17) no Fórum Econômico Mundial de Davos. Na terça-feira (16), em sua participação no evento, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que seu objetivo para este ano é o “domínio do espaço aéreo” para combater os aviões, mísseis e drones russos.
O ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kouleba, também esteve presente e disse que Kiev quer, em 2024, “expulsar as tropas russas do país”.
“Em 2024, a prioridade é expulsar a Rússia do céu porque quem controla o céu determinará quando e como a guerra terminará”, explicou Kouleba, ao mesmo tempo que admitiu que derrotar Moscou exigirá “tempo” e “ajuda contínua” dos ocidentais.
O apelo surge enquanto americanos e europeus procrastinam sobre o apoio adicional a ser dado a Kiev. A Ucrânia teme que estas hesitações possam levar ao congelamento do conflito, favorável à Rússia, que ocupa quase 20% do seu território.
Para ganhar o controle dos céus, Kouleba repetiu que seu país precisaria que o Ocidente lhe fornecesse aviões (os F-16 serão entregues este ano), bem como mísseis de longo alcance, projéteis que os americanos e europeus apenas forneceram em pequenas quantidades, especialmente por receio de provocar uma escalada do conflito com a Rússia.
Volodymyr Zelensky insistiu que qualquer atraso na ajuda ao seu país põe em perigo “a segurança do continente europeu”.
Sem ajuda, “teremos muita falta de artilharia, teremos um déficit muito grande de mísseis de defesa antiaérea. Isto significa que não seremos capazes de repelir ataques”, continuou, brandindo o espectro de uma futura “guerra” entre a OTAN e a Rússia.
Apoio da França
Ontem, em uma coletiva em Paris, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que está finalizando um acordo de fornecimento de armas à Ucrânia, nos mesmos moldes de um acordo recém-fechado entre Kiev e o Reino Unido. Macron vai à Ucrânia em fevereiro, mas já adiantou que Paris fornecerá “várias centenas de bombas”, entre outros armamentos, porque, nas palavras do líder francês, “os europeus não podem deixar a Rússia ganhar essa guerra”.
Fonte: AFP.