O diretor-geral da entidade expressou preocupação com as atividades do Irã, que disse estar violando seus compromissos em meio às tensões no Oriente Médio.
O Irã está “avançando a galope” com seu programa de enriquecimento de urânio e continua colocando barreiras às inspeções, disse na terça-feira (16) o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Rafael Grossi disse em declarações ao portal The National que Teerã deve cumprir o tratado de proliferação nuclear que assinou.
“O Irã é o único Estado sem armas nucleares que está enriquecendo urânio em um nível muito, muito alto, muito próximo do grau de armamento.”
“Não estou dizendo que eles têm uma arma nuclear, estou dizendo que isso é sensível. E quando você está fazendo isso […] você obedece às regras“, apontou ele.
Grossi afirmou que o programa “está avançando a passos largos, com metas ambiciosas”, e se queixou de que mesmo que o programa nuclear do Irã seja destinado ao uso civil, disse Grossi, o país não está cumprindo suas obrigações.
“O Irã é parte do tratado de não proliferação nuclear e deve cumprir esse compromisso”, referiu.
“O Irã deveria fazer muito mais do que está fazendo”, acrescentou Rafael Grossi, segundo o qual, Teerã continua impedindo a entrada de certos inspetores em suas instalações, com base na nacionalidade.
Na opinião do diretor-geral da AIEA, tal acontece em um momento de grande tensão no Oriente Médio, com a guerra em Gaza alimentando a hostilidade contra Israel e seus aliados.
O último relatório da AIEA concluiu que o Irã aumentou a taxa de produção de urânio para a produção de armas, revertendo uma desaceleração que começou em meados de 2023.